João Câmara, cidade distante 74km de Natal, relembra hoje, por meio de diversos eventos, o abalo sísmico de 5.1 na escala Richter que ficou marcado na história do país, ocorrido há exatos 25 anos, em 30 de novembro de 1986. Um desses eventos será o lançamento do livro O terremoto que mexeu com o Brasil (Thesaurus Editora, 2011, 352 páginas), de autoria de José Alberto Vivas Veloso, professor aposentado de Geofísica e Geologia da Universidade de Brasília (UnB). Em Natal, a obra será a apresentada pelo autor nesta sexta-feira, 2 de dezembro, no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Em recente entrevista a O Poti/Diário de Natal, Alberto explicou como surgiu a ideia de registrar o que viu em João Câmara naquele ano. Como teve um envolvimento direto com a cidade de João Câmara, onde ficou por duas semanas após o tremor de novembro de 1986, o autor dedicou parte da obra ao abalo que afetou a cidade na madrugada daquele domingo e nas duas semanas subsequentes. Há quase quatro anos Alberto esteve novamente no município para coletar dados e informações dos moradores que vivenciaram o ocorrido.
"O primeiro abalo foi registrado em agosto de 1986. Decidimos então implantar uma estação de sismologia na cidade para que esses movimentos da terra fossem registrados. No mês de setembro outros pequenos tremores também foram detectados pelo equipamento durante alguns dias consecutivos. No mês de outubro os abalos deram uma trégua e em novembro foi registrado o maior deles de magnitude 5.1", explicou.
Segundo ele, o tremor foi repercutido em toda a mídia nacional. "João Câmara ficou conhecida, em evidência mesmo. Autoridades políticas como o governador Radir Pereira e o presidente José Sarney estiveram lá para acompanhar os estudos e ajudar os desabrigados. O Exército ficou com a responsabilidade de construir as residências para as famílias desalojadas ou que tiveram as construções abaladas".
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