Cada nordestino ou descendente de nordestino no Brasil deveria ver o mapa acima antes de decidir o seu voto.
A mancha vermelho-escura, significa, município por município, onde houve uma votação de mais de 50% para a Dilma Rousseff.
É o o desenho de uma metade do Brasil que, finalmente, fez ouvir sua voz neste país.
Pois se cada homem ou mulher que teve o pai e a mãe tangido pela
seca, pela miséria, pelo coronelato mandão, olhasse o que seus irmãos
estão dizendo, duvido tivesse coragem de condená-los, de novo, ao jugo
das elites que os empobreceram e das que os receberam, de nariz torcido,
por onde a sina de retirante os espalhou.
É, como diz a turma do bucho cheio que se reúne com Aécio, “o pessoal que vota com o estômago”.
Os que ele diz que estão felizes com os “empreguinhos de dois salários mínimos”.
Gente que se reproduz na mediocridade de um imbecil, agora, na fila
do banco que disse que paga imposto para dar marmita a nordestino
vagabundo.
Que os chama de “paraíba”, de “baiano” e que espalha, como está mostrando o Terra, mensagens de ódio a eles porque votaram em Dilma.
Esses Nordestinos é o nome de uma página que está reunindo e denunciando estas manifestações de ódio.
É, esses nordestinos, que construíram o prédio onde eles moram, que
abriram a estrada onde eles passam, que fizeram a escola onde seus
filhos estudam, ergueram a ponte que atravessam.
Que fizeram um pedaço imenso deste Brasil rico e egoísta, da gente
que é capaz de morrer de fome não porque não tem comida, mas por falta
de uma empregada ou um restaurante – cheios de nordestinos na cozinha,
aliás – que lhes sirva.
Esses nordestinos, essa gente que sofre mas não odeia, muito melhor
do que esta, que não sabe o que é sofrer, mas sabe muito bem o que é
odiar.
São eles os “limpinhos e cheiros”, mas como fedem, meu deus!