Com ajuda de pastores, presos são batizados em caixa d’água (Foto: Andréa Tavares/G1) |
Trinta e nove presidiários que cumprem pena na Penitenciária Estadual
de Alcaçuz – a maior do Rio Grande do Norte – foram batizados durante
um culto evangélico na manhã de sexta-feira (25). Localizado em Nísia
Floresta, na Grande Natal, o presídio abriga atualmente 1.140 detentos.
Dentre
os participantes, homens novos e velhos que cometeram diversos delitos.
O processo de evangelização dura em torno de seis meses. Detentos que
já atuam como pastores dentro do presídio realizam cultos diariamente no
local. “Estamos fazendo o que o Senhor nos mandou, levando a palavra de
amor, misericórdia, perdão e principalmente ressocialização, mostrando
para os internos que existe um Deus que os ama e que pode reescrever as
suas histórias”, relata o pastor Hilton Andrade, que comandou o momento
de fé na penitenciária. Os batizados são pessoas que cometeram vários
crimes, mas desejam viver uma vida diferente. “Encontraram a fé”,
destaca um ex-detento que agora ajuda a compor o mutirão de fé da
Assembleia.
O culto especial foi realizado pelos pastores da Assembleia de Deus,
que fazem há anos visitas ao local. Antes do batismo, os presos
receberam mensagens dadas pelos pastores, e pelos próprios apenados que
pregam a religião. Hilton Andrade falou sobre o significado do batismo e
comentou sobre o que é nascer de novo. “O evangelho proporciona a
mudança no coração e no comportamento destes homens”, defendeu.
Detentos já batizados e outros observadores lotavam o pátio em frente
ao pavilhão 1 de Alcaçuz e ajudavam a compor o coro de cânticos
religiosos. No momento da celebração, muitos choraram, outros seguraram
as lágrimas. Mas todos se comoveram. O evento foi marcado por palmas e
louvores. “O ato do batismo simboliza que a pessoa passa a fazer parte
do corpo de Cristo. Quando alguém é batizado, ele deixa o homem velho e
se torna uma pessoa renovada”, disse o pastor.
A felicidade e a emoção eram sentimentos visíveis no rosto dos homens
presentes na cerimônia. “Agora eles têm uma nova família, que é a
igreja, que os abraça, numa sociedade onde sofrem preconceito”, ressalta
o pastor, que enfatiza também os bons resultados com os participantes
do projeto. “A grande maioria muda de vida sim, percebemos que Deus toca
o coração deles”, afirmou. Via G1/RN.
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