domingo, julho 23, 2017

Passado de medo marca história de refugiados que buscam recomeço no Brasil.

Como resultado da própria condição que o levou a entrar no Brasil, o refugiado busca se inserir no mercado de trabalho brasileiro para deixar no passado uma história de medo e perseguição. De acordo com a Acnur, em página da internet sobre o tema, “refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de 'proteção internacional’”.

Este é o caso de Abdulbaset Jarour, 27 anos, imigrante sírio, que tem experiência em administração de empresas. “Eu estava chorando ao mesmo tempo que sorria. Depois de um tempo, vi o mar. Eu respirei aquela liberdade”. Foram pelo menos dois dias na estrada entre Damasco, capital da Síria, e a fronteira do Líbano, até que Abdul conseguisse estar longe da guerra civil que assola o país desde 2011. Natural de Aleppo, ele atuava como empresário, vendendo produtos eletrônicos, e também no Exército. A entrada no Líbano separa a trajetória de Abdul entre o mundo que ele conhecia até aquele momento e a vinda para o Brasil, onde foi acolhido para fugir da guerra.

Abdul lamenta as perdas que resultaram do conflito. “Era uma vida boa, tranquila, confortável. Aleppo era muito linda, histórica. Sou muito orgulhoso. Uma das cidades mais antigas do mundo”, relembra. Para sair do país, ele teve que atravessar a fronteira, tirar novos documentos, pagar atravessadores, tudo isso sem a segurança de que sairia com vida. Em 2015, já no Brasil, recebeu a notícia de que o pai havia morrido na guerra e que a irmã havia perdido uma perna. “Essa notícia me matou”, disse. Hoje a família, de seis irmãos, está espalhada por várias cidades do mundo. “Minha mãe e minha irmã de 12 anos estão em Aleppo. Queria trazer elas pra cá”, disse.

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