O presidente Michel Temer (PMDB) tenta a todo custo sobreviver no
cargo e a nova meta do ajuste fiscal se tornou uma salvação para o
peemedebista. A medida que afeta diretamente os serviços federais é, ao
mesmo tempo, a alternativa encontrada pelo governo para manter o apoio
do Congresso.
Temer foi acusado de corrupção passiva e é
investigado por obstrução de Justiça e participação em organização
criminosa. No entanto, a Câmara dos Deputados recusou a denúncia contra o
presidente. Como destaca o jornalista Daniel Haidar, do El País Brasil,
a sobrevivência de Temer custou mais de R$ 4 bilhões aos cofres
públicos. O montante foi pago em emendas parlamentares antecipadas e
mais de R$ 10 bilhões em dívidas refinanciadas em condições generosas
para produtores rurais.
A medida do governo provocou rebelião na
base aliada e fez com que partidos como PP, PR, PSD e outros do
“centrão” passassem a cobrar ministérios, cargos e verbas para apoiar
Temer contra novas denúncias e votações na Câmara dos Deputados.
Temer
optou por ceder partes do orçamento para grandes doadores de campanha,
como os ruralistas, e para interesses paroquiais de parlamentares. A
estratégia do presidente destruiu o ajuste fiscal da equipe econômica do
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, segundo destacou o El País. O
custo para manter o peemedebista no poder se reflete agora na rodagem de
juros da dívida pública em patamar mais alto do que seria esperado em
condições normais de governabilidade.
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