O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de
Janeiro, disse hoje (22) que ao fundamentar uma pena em casos de
corrupção sistêmica ou generalizada, usará palavras duras, porque essa
corrupção vem sendo considerada crime contra a humanidade, “até
comparado a genocídio, que é matar em grande escala pessoas que dependem
do Estado”.
Ao falar na Fundação Getulio Vargas, na capital
fluminense, para estudantes de direito, Bretas explicou que existe um
contrato ou pacto social, pelo qual o Estado se compromete a garantir
uma quantidade “enorme” de direitos. “E de repente, alguém que recebe o
mandato por milhões de pessoas coloca em risco o nosso sistema político
de representatividade”. Ressaltou que embora muitas pessoas afirmem não
gostar de política, é necessário que todos estejam sempre atentos e
atuantes para que haja desestímulo a esse tipo de comportamento.
O
juiz, que é o responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, acredita
que todos os fatos que estão ocorrendo no país contribuirão para tornar a
população mais preocupada em escolher pessoas melhor capacitadas. “Ano
que vem, teremos uma boa oportunidade de começar a reescrever a
história”, sugeriu, completando que esse será um momento de a sociedade
demonstrar sua insatisfação.
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