Em rodovias e estradas federais de todo o Brasil, pelo menos 2.487
pontos são considerados vulneráveis à exploração de crianças e
adolescentes, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O dado foi
divulgado nesta segunda-feira (14), por meio do lançamento da sétima
edição do projeto Mapear 2017/2018, executado em parceria com a
organização Childhood Brasil. O volume é 20% maior que o registrado no
biênio anterior.
Do total de locais mapeados, 489 foram considerados pontos críticos;
653 com alto risco; 776 com médio risco; e 569 foram avaliados como de
baixo risco para exploração sexual de crianças e adolescentes. A maior
parte dos pontos (59,55%) está concentrada nas zonas urbanas, portanto
de fácil acesso, embora a incidência (40,45%) também seja alta em áreas
rurais. Na maioria das vezes, esses pontos estão vinculados a postos de
combustível, bares, casas de shows, pontos de alimentação e também de
hospedagem.
A edição atual do mapeamento confirma uma dinâmica já registrada em
estudos anteriores: a redução de pontos críticos, que são aqueles que
possuem a maior possibilidade de ocorrência de exploração. Desta vez,
foram 435 a menos, o que equivale a 47% do total em comparação ao biênio
2009/2010.
Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF, Igor de
Carvalho Ramos avalia que “a redução é importante porque mostra que a
gente está conseguindo fazer nosso trabalho, mas, ainda assim, é
preocupante o número de 489 pontos. Agora, temos que atuar para
continuar reduzindo essa vulnerabilidade crítica”.
Outra questão relevante diagnosticada no estudo é a migração dos
espaços para pontos que não estão à beira de rodovias federais, mas
para áreas mais internas. “A exploração sexual de crianças e
adolescentes é um crime muito dinâmico, porque se você faz um
enfrentamento, é possível que a prática migre, porque é uma questão
enraizada na cultura”. Isso mostra, na opinião de Ramos, que o
enfrentamento deve ser feito em articulação com outras instituições e
com a sociedade civil organizada.
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