Nem sempre o tráfico de pessoas ocorre de forma forçada. Na maior parte
das vezes, o crime começa com a promessa de realização de um sonho: um
pedido de casamento que pode mudar a vida de mulheres, a oferta de um
emprego ou a chance de seguir a carreira de modelo ou de jogador de
futebol. Só quando o sonho vira pesadelo é que as vítimas percebem que
foram alvos de aliciadores, dizem autoridades que atuam no combate a
essa prática. A dificuldade em perceber a prática do crime desde a
origem tem sido um dos principais desafios no enfrentamento ao tráfico
humano.
“Muitas vezes as vítimas não se enxergam como vítimas desse crime ou têm
medo de denunciar por sofrer represália porque os aliciadores conhecem
as famílias. A principal dificuldade hoje é ter dados mais concretos
deste crime”, afirmou Marina Bernardes de Almeida, coordenadora de
Política de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da
Justiça.
O Brasil e a Colômbia são os dois países latino-americanos que recebem
apoio do UNODC para enfrentar essa prática através de um programa
financiado pelos países da União Europeia para fortalecer a ação de
governos locais. Segundo Fernanda Fuentes, um dos maiores desafios no
combate ao tráfico humano no país é a diversidade regional que acaba
refletindo nos diferentes objetivos que a prática pode adotar dependendo
da região em que ocorre.
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