O Ministério da Saúde informou hoje (28) que o número de óbitos por
câncer de crianças com idade até 14 anos caiu 13,4% entre os anos de
2006 e 2016. Em 2006, houve 2.222 mortes de crianças nessa faixa etária.
Em 2016, o número caiu para 1.924 óbitos. Entre menores de 1 ano, o
número de mortes caiu 27,8%. Entre as crianças de 1 a 4 anos, a queda
foi de 9%, e entre os de 5 a 14 anos, a redução foi de 13,4%. Os dados
são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
A pasta atribui a queda a melhorias na detecção e no tratamento
precoce do câncer nos serviços de saúde. “Isso é imprescindível, pois,
para a obtenção de melhores resultados, é preciso ter diagnóstico
precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento. Houve também
importante mudança de tecnologia no tratamento do câncer, muitos
procedimentos cirúrgicos, desnecessários, foram reduzidos”, disse a
diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissível e
Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fatima Marinho, por meio da
assessoria de imprensa.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de cura.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 80% das crianças e
adolescentes que têm câncer podem ser curados se receberem diagnóstico
precoce e forem tratados em centros especializados, e a maioria tem boa
qualidade de vida após o tratamento correto.
“Um dos principais fatores prognósticos do câncer, seja em crianças
ou em adultos, é o diagnóstico precoce”, afirma o oncologista pediátrico
e coordenador da unidade de transplante de medula do Hospital do
GRAACC, especializado no tratamento e pesquisa do câncer infantojuvenil,
Victor Gottardello Zecchin. “Também é muito importante que os pacientes
diagnosticados sejam tratados em centros específicos. Quando a criança é
tratada em um hospital geral, o resultado normalmente é inferior de
quando é tratada em centros voltados a esse tipo de tratamento. Nesses
locais, as equipes são mais especializadas e os recursos são mais
direcionados”, disse Zecchin.
O oncologista destacou que, nos últimos anos, as técnicas de
diagnóstico avançaram muito, os exames de imagens estão melhores e há
também mais acesso a esses exames. “Tudo isso ajuda bastante. Além do
desenvolvimento de drogas mais específicas para tratar diferentes tipos
de tumores. Quando é mais específico, o tratamento é menos agressivo e
mais eficaz”, explicou. “E, a partir do momento que fazemos mais
diagnósticos, os pacientes passam a chegar mais aos centros de
tratamento. Provavelmente temos pacientes que ainda devem morrer sem
saber que têm um câncer.”, lamenta.
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