Uma consultora de vendas foi demitida por justa causa do Cemitério
Morada da Paz, na Região Metropolitana de Natal depois que foi flagrada
desviando combustível da empresa. Depois de recorrer na Justiça do
Trabalho da decisão, ela admitiu que pegava o combustível para colocar
no carro do marido, que estava desempregado e passou a ser motorista de
aplicativo. A 9ª Vara do Trabalho da capital, no entanto, manteve
demissão.
A consultora de vendas trabalhou no cemitério por mais de dez anos,
de maio de 2008 a agosto de 2018. Na ação trabalhista, em que pediu a
reversão da demissão e sua reintegração ao serviço, ela alegou,
inicialmente, não ter praticado nenhuma irregularidade que justificasse a
dispensa por justa causa.
Em sua defesa, a empresa apresentou documentos para comprovar o
desvio de combustível que deveria ser destinado ao abastecimento do
veículo, de sua propriedade, utilizado pela consultora de vendas em
serviço.
Entre eles, um vídeo de uma câmera de segurança de um posto de
combustível, mostrando o momento do abastecimento do veículo. Na
filmagem, um frentista faz o abastecimento normal e, depois, ainda com a
mangueira da bomba de combustível na mão, abre a porta traseira do
veículo e se senta no banco.
A juíza Aline Fabiana Campos Pereira destacou que, diante do vídeo, a
mulher afirmou que parte do combustível foi colocada no tanque do
veículo e parte em um vasilhame, que teria sido usado para abastecer o
próprio carro da empresa.
Posteriormente, entretanto, admitiu que o combustível desviado
destinava-se ao veículo que seu marido, que estava desempregado e atuava
como motorista de aplicativo. Alegou “necessidade”, dizendo que naquele
dia o marido estaria sem dinheiro para pagar o combustível do
automóvel.
Ao final, de acordo com a juíza, ela admitiu que a prática tornou-se
habitual, iniciando-se em maio de 2018 e terminando com o seu
desligamento da empresa.
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