O Brasil enfrenta desafios para controlar o lançamento de mercúrio na
natureza e eliminar o uso da substância em alguns setores da indústria,
mostra levantamento da WWF-Brasil, divulgado no sábado (8).
O contato com o metal líquido é prejudicial ao meio ambiente e à saúde
humana, podendo causar danos aos sistemas nervoso, digestivo e
imunológico.
A organização estima que a atividade ilegal de garimpo de ouro libera
entre 7,5 e 60 toneladas de mercúrio por ano nas águas e solos de
importantes ecossistemas do país. A exploração também provoca a
liberação de um volume ainda maior de mercúrio na atmosfera, de acordo
com o levantamento.
O estudo foi feito em parceria com a ONU Meio Ambiente e indica que
pesquisas científicas já registraram a contaminação de pessoas e peixes
na Amazônia. No ano passado, um dos estudos do WWF revelou que 81% dos
peixes coletados na região do Parque Nacional Tumucumaque, no Amapá,
estavam contaminados com mercúrio.
A pesquisa também detectou que o nível de mercúrio encontrado nas
amostras superava os limites permitidos pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Na área da pesquisa, o mercúrio é usado na mineração de
ouro, atividade realizada em pequena escala na fronteira do Brasil com o
Suriname e a Guiana Francesa. Em outro ponto da Região Norte, a
exploração ilegal resultou também na contaminação de indígenas da etnia
Yanomami.
As populações de outras regiões do país também estão ameaçadas,
principalmente onde atuam quatro fábricas de cloro e soda cáustica que
ainda usam mercúrio e mantêm em estoque cerca de 200 toneladas do metal.
As empresas deverão ser desativadas até 2025, contudo o destino
do mercúrio utilizado não foi definido.
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