domingo, dezembro 09, 2018

Divisão entre motoristas enfraquece greve prevista dos caminhoneiros.

A divisão dos caminhoneiros em relação a uma nova greve a partir desta segunda, 10, pode enfraquecer o movimento. Ao contrário do que ocorreu em maio, quando a paralisação começou com apoio da população e até das empresas (do agronegócio e transportadoras) por causa do aumento do preço dos combustíveis, desta vez a categoria pode ter um movimento isolado, pautado pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. Na semana passada, ele suspendeu a aplicação de multas para quem descumprir a tabela de preço mínimo de frete.

Nos grupos de WhatsApp, os motoristas estão reticentes quanto à efetividade da greve neste momento e discutem os prós e contras da medida. Entre aqueles contrários à paralisação, o argumento é que o período é de pouca carga e que a safra ainda não começou. Ou seja, uma greve agora teria pouco efeito no dia a dia das empresas e na economia.

Eles também ponderam que o País está às vésperas do início da administração de Jair Bolsonaro. Muitos querem dar um tempo para o novo presidente começar os trabalhos, e quem sabe tomar decisões favoráveis à categoria.

Outros caminhoneiros entendem que deixar passar em branco o revés sofrido com a decisão do STF pode demonstrar franqueza do grupo, já que a decisão tem sido vista como uma grande derrota dos motoristas. Para esses, a paralisação é a única solução.

Numa tentativa de apaziguar os ânimos, o líder dos caminhoneiros Wallace Landim, conhecido como Chorão, postou um áudio do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que será o novo ministro da Cidadania do governo Bolsonaro. Ele afirma que, apesar da decisão de Fux, a lei continua valendo e é ilegal não cumprir a tabela.

O deputado alerta, porém, sobre os riscos de a categoria perder força com uma greve agora. “Greve deve ser uma arma para ser usada em último caso.” O fato é que há uma insatisfação muito grande entre os caminhoneiros, que aumentou com a liminar contra as multas.

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