Trabalhar fora e ter independência financeira não é garantia de
proteção às mulheres contra a violência doméstica. É o que aponta um
estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado ontem segunda-feira (19). De acordo com os dados levantados, o índice de
violência contra mulheres que integram a população economicamente ativa
(52,2%) é praticamente o dobro do registrado pelas que não compõem o
mercado de trabalho (24,9%).
“Uma possível explicação é que, pelo menos para um conjunto de
casais, o aumento da participação feminina na renda familiar eleva o
poder de barganha das mulheres, reduzindo a probabilidade de sofrerem
violência conjugal. Em muitos casos, porém, a presença feminina no
mercado de trabalho – por contrariar o papel devido à mesma dentro de
valores patriarcais – faz aumentar as tensões entre o casal, o que
resulta em casos de agressões e no fim da união”, destacou o Ipea.
“Uma das conclusões é que o empoderamento econômico da mulher, a
partir do trabalho fora de casa e da diminuição das discrepâncias
salariais, não se mostra suficiente para superar a desigualdade de
gênero geradora de violência no Brasil”.
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