Um
ano depois do processo de impeachment que a retirou da Presidência da
República, Dilma Rousseff afirma que o país não necessariamente precisa
de uma novidade na disputa presidencial de 2018. “O novo pode ser um
Hitler. Não há garantia nenhuma”, diz.
Em entrevista à correspondente da BBC no Brasil, Katy Watson, ela
garante que não irá se retirar da política, mas não confirma os rumores
de que se candidatará a deputada ou a senadora no próximo ano.
Na interpretação da petista, o arquivamento da denúncia por corrupção
passiva contra o presidente Michel Temer na Câmara, na última semana, é
apenas mais um movimento da engrenagem que passou a se mover depois de
sua reeleição, em 2014, e que culminou em seu afastamento.
“Construíram com o maior corrupto da história desse país, chamado
Eduardo Cunha, um impeachment” e “colocaram no governo uma quadrilha”,
acusa.
Na mesma lógica, a ex-presidente afirma que a condenação de Luiz Inácio
Lula da Silva pelo juiz Sergio Moro, no âmbito da operação Lava Jato,
teria como objetivo meramente causar um empecilho para a candidatura
dele no próximo pleito.
“Lula não tem mala de dinheiro”, diz, em referência à mala com R$ 500
mil entregue a um assessor de Temer por um emissário do empresário
Joesley Batista, da JBS. O episódio foi a justificativa usada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para denunciar o
pemedebista.
A BBC Brasil procurou o Palácio do Planalto e a defesa de Cunha para comentar as acusações, mas não obteve resposta.
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