A presidente Dilma Rousseff foi alertada
por alguns ministros de que correria o risco de sofrer uma derrota
esmagadora no Congresso caso mantivesse sem regulamentação a lei da
renegociação das dívidas de estados e municípios.
Mesmo assim, o Palácio do Planalto foi
pego de surpresa com o acordo fechado entre os presidentes da Câmara,
Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, que
possibilitou a aprovação na noite nesta terça, por 389 votos a favor e
duas abstenções, do projeto que permite a aplicação imediata da lei da
renegociação das dívidas de estados e municípios sem necessidade de
regulamentação – o texto ainda terá de passar pelo Senado.
Nas palavras de um auxiliar direto da
presidente Dilma, o governo deveria ter evitado essa derrota e ter
mantido o acordo que permitiu a aprovação da lei no final do ano
passado.
Isso porque estados e municípios
enfrentam uma situação crítica. É o caso da cidade de São Paulo, do
petista Fernando Haddad, e do governo de Alagoas, comandado pelo
governador Renan Filho (PMDB), filho do presidente do Senado.
“O que está em jogo é um compromisso
assumido pelo governo com os aliados. Não dava para ter recuado. Foi por
isso essa derrota”, reconheceu ao Blog um ministro.
De forma reservada, auxiliares
palacianos também consideraram um erro a presidente Dilma Rousseff ter
afirmado pouco antes da votação que o governo federal não tem “espaço
fiscal” para trocar o indexador das dívidas dos Estados e municípios com
a União neste momento, mas que poderá resolver a questão quando a
situação econômica do país melhorar.
“Com isso, a derrota do governo foi
ainda maior, já que uniu toda a base aliada com a oposição, fragilizando
a posição do ajuste fiscal. Não precisava ninguém ter verbalizado isso.
Houve erro de condução”, disse um auxiliar. Via g1.
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