Um pente-fino realizado a partir de um grande cruzamento de dados
levou o governo federal a cancelar 469 mil cadastros do Bolsa Família
por subdeclaração de renda. Por suspeita do mesmo motivo, outros 654 mil
tiveram o benefício bloqueado.
O impacto econômico estimado, parte já para a folha de novembro, deve
ficar em R$ 2,4 bilhões ao ano. Os dados foram apresentados nesta
segunda-feira, 7, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário,
com base em estudos realizados nos últimos quatro meses.
Segundo o Ministério, cerca de 1,4 milhão de famílias serão
convocadas para averiguação cadastral e o benefício foi bloqueado para
cerca de 13 mil famílias identificadas, em prestações de contas, como
doadoras à campanha eleitoral deste ano. A pasta informou que a triagem,
que considera seis bases de dados do governo federal, será feita
mensalmente.
“O objetivo é separar o joio do trigo. Quem realmente precisa, vai
continuar recebendo o benefício. Não queremos que este programa seja
contaminado pelo uso inadequado do dinheiro público, disse o ministro,
Osmar Terra. Os municípios com maior número relativo de benefícios
cancelados são Treviso (SC), Picada Café (RS) e Vargem Bonita (SC). As
cidades que mais tiveram contratos bloqueados também são do Sul:
Lacerdópolis (SC), Montauri (RS) e Poço das Antas (RS).
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