O advogado Alexandre de Moraes tem
cumprido à risca sua lição de casa – seja ela política ou técnica. Nas
duas últimas semanas, o ministro da Justiça licenciado, indicado pelo
presidente Michel Temer para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, levou
a cabo um intenso beija-mão na visita a gabinetes de influentes
senadores, estudou as sabatinas dos últimos nomeados no cargo e até se
aproveitou do fato de ainda ser um servidor público do alto escalão para
ter a estrutura de comunicação de um ministério à disposição da
campanha que deve referendá-lo na mais alta corte brasileira nos
próximos 26 anos.
Na manhã desta terça-feira ele será
interrogado pelos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), um colegiado formado por 54 senadores (metade deles suplentes),
18 deles citados na Operação Lava Jato e, dentre esses últimos, dez com
investigações abertas no Supremo.
A escolha do ministro do STF pelo Senado
talvez seja a única ocasião no Brasil em que eventuais réus podem
definir quem será um de seus julgadores potenciais _por causa do foro
privilegiado, os parlamentares e ocupantes de alto escalão só podem ser
julgados pelo Supremo. “Não há na comissão nenhum membro que tenha sido
condenado. A condenação causa problemas, a fase de investigação não quer
dizer muita coisa”, afirmou o presidente da CCJ, Edison Lobão
(PMDB-MA), um dos investigados na Lava Jato.
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