sexta-feira, junho 04, 2010

Minha vida minha história. A biografia de Dilma


Em 14 de dezembro de 1947, Dilma Vana Rousseff nasce em Belo Horizonte, filha do engenheiro e empreendedor Pedro Rousseff, búlgaro naturalizado brasileiro, e da professora Dilma Jane Silva. O casal teve outros dois filhos: o primogênito Igor e a caçula Zana.

Dilma cursa a pré-escola no Colégio Izabela Hendrix. Em 1955, ingressa no Colégio Nossa Senhora de Sion, dirigido por freiras e exclusivo para moças, onde cursa o primário e o ginásio. Já aí, na pré-adolescência, torna-se uma ávida leitora, hábito que mantém até hoje. Seus autores preferidos são: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Cecília Meireles e Adélia Prado.

Em 1964, ano do golpe militar, Dilma ingressa no Colégio Estadual Central. Nessa escola pública e com turmas mistas, inicia a militância na Polop (Política Operária), organização de esquerda com forte presença no meio estudantil, à qual já pertencia seu namorado, Cláudio Galeno. Eles se casariam três anos depois.

Em 67, Dilma inicia o curso de Ciências Econômicas na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e adere ao Colina (Comando de Libertação Nacional), organização que combatia a ditadura. No final de 68, o governo militar baixa o Ato Institucional nº 5 e a situação política se radicaliza.

Em janeiro de 1970, Dilma é presa no centro de São Paulo e torturada nos porões da Oban (Operação Bandeirantes) e do Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Condenada pela Justiça Militar a dois anos e um mês de prisão, ela só é libertada após passar quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. No final de 72, volta a Minas Gerais para recuperar-se junto aos seus familiares.

Em 86, o pedetista Alceu Collares é eleito prefeito de Porto Alegre e nomeia Dilma sua Secretária da Fazenda. É o início de uma trajetória administrativa que, com os anos, seria amplamente reconhecida por três características principais: determinação, competência e sensibilidade social.

A década chega ao fim com o Brasil realizando a sua primeira eleição direta para a presidência após a ditadura. Dilma, então diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, faz campanha para Leonel Brizola, no primeiro turno, e para Lula, no segundo.

No início dos anos 90, Dilma torna-se presidente da Fundação de Economia e Estatística, a FEE, onde havia iniciado sua vida profissional. Em 93, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, assume a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação pela primeira vez, iniciando um trabalho que seria amplamente reconhecido logo mais à frente.

Em 94, após 25 anos de relacionamento, separa-se de Carlos Araújo. E, em 98, inicia o curso de doutorado em ciências sociais na Unicamp, em Campinas, mas, já envolvida na sucessão estadual gaúcha, não chega a defender tese. Aliados, PDT e PT elegem o petista Olívio Dutra ao governo. Dilma, mais uma vez, ocupa a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação. Dois anos depois, com o rompimento da aliança, Dilma filia-se ao PT.

Dilma conclui sua segunda passagem pelo governo gaúcho em novembro de 2002. Um mês antes, Lula havia sido eleito presidente e, para os gaúchos, não havia dúvidas de que ela deveria ser aproveitada no ministério do novo governo. A torcida era baseada em fatos concretos.

Dilma havia encontrado o setor energético gaúcho em frangalhos. Sem projetos, sem investimentos e sofrendo apagões constantes. Uma situação semelhante a do resto do país. Aliás, já em 1999, Dilma alertara o governo federal sobre o risco do país sofrer um racionamento, mas não foi ouvida.
No Rio Grande do Sul, ela vai à luta. Inicia um programa de obras emergenciais que inclui a implantação de 984 km de linhas de transmissão e a construção de usinas hidrelétricas e termelétricas. Além disso, mobiliza os setores público e privado num grande esforço pela redução do consumo, sem prejudicar a produção nem o bem estar da população.

Com essas e outras medidas, Dilma aumenta em 46% a capacidade do sistema energético gaúcho e faz do Rio Grande do Sul um dos poucos estados brasileiros a não sofrer o racionamento de energia imposto pelo governo FHC, entre maio de 2001 e fevereiro de 2002.

Graças a esse trabalho, Lula a convoca para participar do grupo de transição e, impressionado com o seu desempenho, anuncia, em 20 de dezembro, que Dilma será a sua ministra de Minas e Energia.

No dia seguinte, os principais jornais de Porto Alegre traduzem a reação dos gaúchos à notícia: "Sempre se soube que se o ministro das Minas e Energia fosse escolhido por critérios técnicos, Dilma Rousseff não teria concorrentes", publica a Zero Hora. "A escolha de Dilma Rousseff para o Ministério de Minas e Energia representa a vitória do mérito e da competência sobre os interesses políticos", complementa o Correio do Povo.

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