Em disputas que envolveram longas
negociações entre os maiores partidos do país, as Mesas Diretoras da
Câmara e do Senado foram eleitas na semana passada. Além do poder que
cada posto carrega, os parlamentares têm à disposição cargos com altos
salários. Levantamento feito pelo Jornal Correio Braziliense com dados
das duas Casas mostra que o custo com a remuneração dos servidores
comissionados é de R$ R$ 5,05 milhões mensais — R$ 2.744.826 na Câmara e
R$ 2.314.292 no Senado. Anualmente, a soma chega a R$ 65,7 milhões. Na
avaliação de especialistas, um número elevado para os serviços
prestados.
O cientista político da
Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto considera o valor um
exagero e ressalta que alguns postos praticamente não têm função. Por
exemplo, as suplências de secretarias. São quatro em cada Casa, só com a
função de substituir os secretários. Na Câmara, as suplências têm, cada
uma, 11 cargos em média, com salários que somam R$ 131 mil. A
quantidade de servidores pode variar, pois permite-se que os
parlamentares contratem mais gente, desde que mantenham o limite
financeiro estabelecido. “Não precisa de uma secretaria só para tratar
dos passaportes. Muito menos de outra para gerenciar os apartamentos
funcionais”, observa. Para ele, a Câmara e o Senado deveriam fazer um
ajuste para enxugar a máquina do Legislativo.
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