A Polícia Federal descobriu fraudes em 14 concursos públicos
nacionais aplicados pela Fundação Carlos Chagas. Segundo a Operação
Afronta II, que encontrou as irregularidades, 47 candidatos se
beneficiaram de escutas eletrônicas no momento de realizar as provas. De
acordo com a PF, alguns desse candidatos já foram habilitados e
empossados nos cargos para os quais concorreram.
Hoje (18), a PF
cumpriu dois mandados de prisão temporária, quatro mandados de condução
coercitiva e dez mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça
Federal em São Paulo, nas cidades de Campinas (SP) e Maceió. Os demais
candidatos foram intimados para prestar esclarecimentos.
Em
outubro do ano passado, a PF deflagrou a primeira etapa da operação, em
Sorocaba (SP), para apurar uma fraude no concurso público do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região para os cargos de técnico e analista
judiciário.
Na ocasião, foram indiciados nove membros da
organização criminosa: o líder do grupo, o técnico responsável pelos
equipamentos eletrônicos, quatro pessoas que desviavam as provas, e três
que corrigiam as questões desviadas. Foram indiciados ainda doze
candidatos que receberam as questões por meio de equipamentos de ponto
eletrônico, e duas pessoas que também tiveram participação na fraude,
embora não fossem membros da organização.
A Polícia Federal
solicitou à Fundação Carlos Chagas informações acerca de outros certames
que os indivíduos responsáveis por desviar as provas haviam se
inscrito. Pediu ainda que a fundação fornecesse os gabaritos de
respostas de todos os candidatos destes concursos suspeitos.
Os
gabaritos foram então encaminhados à perícia, que constatou que a fraude
havia sido consumada em 14 certames e que 47 candidatos haviam
participado do crime. O sistema também encontrou indícios de cópia de
respostas entre candidatos, comumente conhecida como “cola”, em outros
24 certames.
Os candidatos serão indiciados pelo crime de fraudes
em certames de interesse público, cuja pena varia de um a quatro anos
de reclusão, e pelo crime de associação criminosa, cuja pena varia de um a três anos de reclusão.
A Fundação Carlos Chagas foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário