O dentista Flávio do Nascimento Graça, de 39 anos, suspeito de ser
responsável pelas mortes de três pessoas ligadas a uma clínica dentária
de Santos, no litoral de São Paulo, foi preso na manhã desta
quinta-feira (29). A motivação dos crimes foi vingança, já que o
profissional não aceitava a concorrência de outro consultório
odontológico na mesma rua, situação que teria levado o dentista à
falência. O homem, considerado ‘serial killer’ pela polícia, estava
foragido e tinha a prisão temporária decretada há quatro anos.
De acordo com as investigações da polícia, o ‘serial killer’ matou
três irmãos proprietários da Clínica Americana: Agilson Corrêa de
Carvalho, Aldacy Correa de Carvalho e Arnaldo Correa de Carvalho. As
vítimas foram mortas a tiros por vingança pois o dentista mantinha duas
clínicas no Centro de São Vicente quando, em meados de 2007, os irmãos
abriram um consultório ao lado e acabou ficando com a clientela de
Fábio, que veio a falir. Segundo o depoimento de uma ex-funcionária de
Flávio na época, ele sequer assistia canais que divulgavam comerciais da
clínica dentária ‘rival’.
Segundo apurado pelo G1, Flávio foi preso em Santos e se encontra nas
dependências da Delegacia Especializada Antissequestro (Deas) da
cidade. A localização do dentista ocorreu após um ‘longo e paciente’
trabalho de monitoramento não só do acusado, como também de pessoas que
eram ligadas a ele.
Com a prisão preventiva decretada, o dentista era considerado o
procurado da Justiça número 1 no litoral de São Paulo, pela quantidade
dos crimes em série cometidos e também em razão da sua aparente frieza
na execução dos ataques às vítimas. A captura do ‘maníaco da peruca’,
como o acusado ficou conhecido, fecha a investigação iniciada na
madrugada de 23 de dezembro de 2014, data do primeiro crime.
Investigações
As suspeitas sobre Flávio aumentaram após o terceiro crime, onde uma
funcionária da clínica foi baleada. Os policiais ouviram depoimentos de
colegas de faculdade do dentista, que reconheceram ele por meio das
câmeras de monitoramento.
Durante as investigações, a polícia detectou que após os crimes, o
dentista apagava as pistas. No final de 2015, o suspeito apagou todos os
seus registros, como contas bancárias e e-mails. Ele também tentou
suspender seu registro no Conselho Regional de Odontologia (CRO), mas
não conseguiu pois tinha débitos com a entidade.
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