O aumento da renda, o acesso ao de mercado de trabalho, o crédito
fácil e a perda do “medo” da tecnologia entre os mais velhos foram
fatores decisivos para a inclusão digital no País, entre 2005 e 2011,
porém mais da metade da população de 10 anos ou mais de idade ainda não
tem acesso à internet. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) 2011 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) mostram que a proporção de pessoas que utilizaram a
internet passou de 20,9% para 46,5%.
Em seis anos, houve um
aumento de 45,8 milhões de internautas - média de quase 21 mil por dia.
Utilizaram a internet no período de três meses antes da data da
entrevista 77,7 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade, em
2011.
Embora ainda sejam as mais resistentes à rede mundial de
computadores, as pessoas de 50 anos em diante tiveram peso decisivo no
aumento da legião de internautas: passaram de 7,3% para 18,4% do total
da população nesta faixa etária. Em números absolutos, foi o maior
crescimento, passando de 2,5 milhões de usuários nesta faixa etária para
8,1 milhões - crescimento de 222%.
Outro crescimento
significativo aconteceu no outro extremo, com os internautas de 10 a 14
anos. Em 2005, 24,3% das crianças acessavam a internet, proporção que
saltou para 63,6% em 2011.
A pesquisa levou em consideração apenas
os acessos à internet por computador, não houve perguntas sobre acesso
por meio de telefones celulares e tablets.
“A inclusão digital se
dá sem medo entre os jovens. Entre os mais velhos, demora um pouco, mas é
crescente, inclusive para acesso a banco, para declarar imposto de
renda”, diz o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar
Azevedo.
Embora a renda seja um fator importante de acesso à
internet, é interessante notar que as mulheres jovens, que têm renda
menor que os homens, porém maior escolaridade, estão mais na rede
mundial de computadores do que os homens. E há mais usuários da internet
na população com renda de 3 a 5 salários mínimos do que entre os que
ganham mais de 5 salários mínimos. A explicação é que a faixa mais rica
da população é também a faixa mais velha, ainda “engatinhando” no mundo
virtual.
Os técnicos do IBGE chamam atenção para o grande salto
entre os alunos da rede pública que passaram a ter acesso à internet no
espaço de seis anos. A pesquisa não investigou o local de acesso (se o
trabalho, a residência, a escola ou locais públicos como bares e lan
houses) e por isso não é possível associar o crescimento à distribuição
de computadores nas escolas públicas, mas, para Cimar Azevedo, é um
forte indicativo da inclusão digital entre os mais pobres. Em 2005,
apenas 24,1% dos alunos da rede pública usavam a internet, proporção que
cresceu para 65,8% em 2011.
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