Um asteroide de cerca de 600 metros de
diâmetro passou muito perto da Terra no início da tarde de ontem
segunda-feira (26). Cientistas da Nasa, a agência espacial
norte-americana, já haviam previsto a passagem do objeto, mas
descartaram qualquer risco de colisão. No entanto, em termos
astronômicos, pode-se dizer “passou raspando”: o asteroide cruzou a
órbita terrestre a apenas 1,2 milhão de quilômetros do planeta – cerca
de três vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Os astrônomos da Rede Deep Space da
Nasa, na Califórnia, capturaram 20 imagens de radar do asteroide
2004BL86, revelando que ele possui uma pequena lua
de cerca de 70 metros. As medições por radar permitem que os cientistas
estudem o tamanho, formato, estado de rotação e características da
superfície dos asteroides – além de ajudar a aprimorar o cálculo das
órbitas. A partir das 20 novas imagens, os astrônomos produziram uma
animação.
Segundo eles, na população de objetos
celestes próximos à Terra, cerca de 16% dos asteroides com mais de 200
metros de diâmetro são “sistemas binários”, ou “sistemas triplos” – isto
é, possuem uma ou duas pequenas luas em suas órbitas.
O asteroide 2004BL86, descoberto em 2004, não chegará novamente tão perto da Terra nos próximos 200 anos, de acordo com
os cientistas. No entanto, outro asteroide de tamanho semelhante, o
1999 AN10, também deverá “passar raspando” no planeta em 2027.
Os habitantes do hemisfério norte
puderam ver o fenômeno com binóculos potentes ou pequenos telescópios.
Nesta segunda-feira, outro asteroide com 23 metros de diâmetro passou a
4,7 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Nesta quarta-feira, 28, e no sábado, 31,
dois outros asteroides passarão a 3,2 vezes e 4,8 vezes essa distância.
Em fevereiro, de acordo com as previsões da Nasa, três outros
asteroides cruzarão a órbita terrestre. O maior deles, o 2000EE14, tem
1,6 quilômetro de diâmetro e passará a cerca de 72,5 vezes a distância
entre a Terra e a Lua.
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