
Quanto mais cedo o vício for deixado, melhor é para a saúde
Qualquer fumante sabe que abandonar o
cigarro é uma medida fundamental para melhorar a sua qualidade de vida,
evitar doenças e viver mais. Mas essa é uma missão desafiadora para a
maior parte dos tabagistas. Uma pesquisa da Unifesp mostrou que
nove em cada dez fumantes gostariam de largar o cigarro, sendo que e a
maioria (63%) já tentou fazê-lo, sem sucesso. Atualmente, 15,6% dos
brasileiros com mais de 14 anos são fumantes.
O que faz da nicotina uma substância tão
poderosa é sua capacidade de ativar regiões do cérebro ligadas ao
prazer. O composto consegue se ligar a doze receptores cerebrais - a
maioria deles em uma área chamada tegumentar ventral, responsável por
fornecer a sensação de prazer. Quando uma pessoa fuma, o circuito
cerebral dessa região é acionado, provocando uma sensação de bem-estar.
Essa área do cérebro também pode ser
ativada quando comemos um alimento apetitoso ou vivenciamos um momento
alegre. Fumantes, porém, dependem da nicotina para acionar a região. “O
tabagista vira refém do prazer de fumar, pois ele identifica o ato como o
que há de mais prazeroso na vida”, explica Jaqueline Issa,
cardiologista diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do
Instituto do Coração da USP (Incor). “Mesmo assim, até pessoas altamente
dependentes podem deixar de fumar”, diz José Roberto Jardim,
coordenador do Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo da Unifesp.
A lista dos benefícios do abandono do
cigarro é longa. De acordo com Jaqueline Issa, 20 minutos longe do
cigarro são suficientes para diminuir a pressão arterial, que é elevada
pela nicotina e, ao longo dos meses seguintes, o ex-fumante já apresenta
melhoras na função respiratória. Dois anos após o fim do tabagismo, o
risco de complicações cardiovasculares cai pela metade; em dez anos, há
uma redução expressiva nas chances de câncer; e, em vinte anos, é
possível dizer que o indivíduo não tem e nem terá problemas associados
ao cigarro. É claro que esses dados fazem parte de uma média estipulada
por estudos populacionais – e, portanto, podem variar de acordo com cada
pessoa.
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