(Foto reprodução/Google)
Já não é o caso, tomando emprestado o mais conhecido verso do Soneto da Fidelidade de
Vinicius de Moraes, de um amor que seja infinito enquanto dure, posto
que é chama. Em relação ao ovo, o amor agora é eterno, incondicional,
irrecorrível. O consumo do mais eclético dos alimentos de origem animal,
abundante em colesterol, a mais conhecida e condenada das gorduras,
acaba de ser definitivamente liberado pela ciência da nutrição. O aval
veio de uma instituição reputada no assunto, o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, órgão governamental responsável pelas
diretrizes alimentares americanas – e, portanto, com impacto em todo o
mundo.
A absolvição se estende a outros
alimentos ricos em colesterol, como camarão, coxa de frango (com pele,
fique bem claro), coração de galinha, lula e bacalhau. A novíssima norma
pode representar uma extraordinária reviravolta nos hábitos à mesa. Ela
põe por terra a orientação de cautela no consumo de ovos, para
permanecer didaticamente com o mais claro sinônimo de colesterol
ingerido, em vigor desde a década de 60. A quantidade de colesterol
levado à boca não podia, até agora, ultrapassar 300 miligramas diários, o
equivalente a um ovo e meio (ou a uma coxinha de frango). Diz Raul Dias
dos Santos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo e diretor da Sociedade Internacional de Aterosclerose: “É a
mudança de padrão alimentar mais drástica já ocorrida desde os
primórdios das discussões sobre o papel das gorduras no organismo”.
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