Quarenta anos depois da mítica decisão de 1977, Corinthians e Ponte
Preta se reencontram com pesos e estaturas diferentes na final do
Campeonato Paulista. Naquela época, os donos dos botecos diziam que só
aceitariam fiado quando o Corinthians fosse campeão – estava na fila
havia 23 anos. Hoje, o time empilhou tantos títulos que essa e outras
piadas caducaram.
A Ponte Preta se firmou como principal força do interior paulista,
tem um estádio próprio, mas ainda busca um título importante em sua
história.
Desde a decisão do Morumbi, o Corinthians se tornou um dos clubes
mais bem-sucedidos do Brasil dentro de campo. Foram dois Mundiais de
Clubes da Fifa, uma Copa Libertadores, seis Campeonatos Brasileiros,
três Copas do Brasil e 27 Paulistas (11 deles desde 1977), só para ficar
nos principais. “Em 1977, era um Corinthians muito sofrido,
traumatizado, inferiorizado em relação aos outros times brasileiros
porque não estava acostumado a jogar decisões. O escrito de ‘Corinthians
campeão’ era um enfeite”, comentou o jornalista Celso Unzelte,
especialista na história do clube.
No contexto das conquistas, o ano de 2012 – vitória na Libertadores e
no Mundial – foi emblemático. A equipe acabou com dois argumentos dos
rivais de uma só vez, o de nunca ter vencido a Libertadores e o de não
ter passaporte. “Modestamente, acho que abrimos a porta para o
Corinthians ser vitorioso. Acredito que aquele foi um alívio imenso da
nação corintiana. Era um anseio da torcida. Portanto, a partir daí o
Corinthians começou a cumprir uma outra história, de vitórias, títulos e
sucesso”, disse o lateral-esquerdo Wladimir, um dos heróis de 1977.
Outro motivo de chacota – o fato de não ter estádio – também ficou
pelo caminho nas últimas quatro décadas. Uma conquista que parecia
inatingível para um clube que era obrigado a jogar no Pacaembu, a casa
corintiana completa 100 jogos neste domingo. Construída para a Copa do
Mundo de 2014, o Itaquerão foi a realização de um sonho no imaginário
corintiano e já recebeu mais de três milhões de torcedores.
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