quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Pesquisa do Planalto mostra 14% a favor da reforma da Previdência

Pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto em janeiro mostra que 14% da população é favorável à reforma da Previdência, enquanto 44% não quer as mudanças nas regras de aposentadoria e 39% ainda não tem opinião formada sobre o assunto.

O levantamento feito pelo Ibope, ao qual a reportagem teve acesso, foi realizado às vésperas da votação da medida na Câmara, em um momento delicado para o governo -que ainda tenta chegar aos 308 votos necessários para fazer com que o texto avance no Congresso.
Apesar do índice daqueles que são favoráveis à reforma ter ficado abaixo dos 15%, integrantes do governo de Michel Temer comemoraram a queda na resistência à medida.

Segundo auxiliares do presidente, as pesquisas têm sido feitas periodicamente a pedido do Planalto e o número daqueles que eram contrários à proposta já havia chegado a 68% -pela lei, o governo precisa divulgar os levantamentos até quatro meses depois que eles foram feitos.

Nesta quarta-feira (31), as últimas contas da equipe de Temer chegavam a 287 votos a favor da reforma, segundo deputados aliados. Os parlamentares, porém, dizem que não viram melhora no clima da Câmara para aprovar a medida, mesmo diante dos dados ecoados pelo Planalto.

Entre as dezenas de perguntas feitas sobre a nova Previdência, o instituto questionava o acesso que os entrevistados tiveram ao tema nos últimos meses e se isso os fez mudar de ideia sobre o assunto. A resposta foi a seguinte: 87% dizem não ter mudado de opinião e 57% afirmam ter "alguma preocupação" em relação à proposta que pode ser votada na segunda quinzena de fevereiro na Câmara.

O governo já desidratou bastante a proposta inicial da reforma -enviada no fim de 2016 ao Congresso-, com o objetivo de alcançar o patamar necessário para a sua aprovação, mas não descarta novas flexibilizações.

O texto já foi alterado duas vezes e a expectativa de economia com sua aprovação passou de cerca de R$ 800 bilhões em dez anos para aproximadamente R$ 500 bilhões no mesmo período, considerando as alterações no INSS, de acordo com cálculos do Ministério da Fazenda.

Entre os pontos alterados para tentar conquistar apoio dos deputados estão a redução da idade mínima para mulheres (de 65 anos para 62) e a diminuição do tempo de contribuição de 25 para 15 anos para os trabalhadores da iniciativa privada. Também foi reduzido de 49 para 40 anos o tempo necessário para ter direito ao valor máximo do benefício e foram retiradas as mudanças para os trabalhadores rurais de economia familiar e para o benefício assistencial pago a idosos pobres, o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

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