Pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto em janeiro mostra que
14% da população é favorável à reforma da Previdência, enquanto 44% não
quer as mudanças nas regras de aposentadoria e 39% ainda não tem opinião
formada sobre o assunto.
O levantamento feito pelo Ibope, ao qual
a reportagem teve acesso, foi realizado às vésperas da votação da
medida na Câmara, em um momento delicado para o governo -que ainda tenta
chegar aos 308 votos necessários para fazer com que o texto avance no
Congresso.
Apesar do índice daqueles que são favoráveis à reforma
ter ficado abaixo dos 15%, integrantes do governo de Michel Temer
comemoraram a queda na resistência à medida.
Segundo auxiliares do
presidente, as pesquisas têm sido feitas periodicamente a pedido do
Planalto e o número daqueles que eram contrários à proposta já havia
chegado a 68% -pela lei, o governo precisa divulgar os levantamentos até
quatro meses depois que eles foram feitos.
Nesta quarta-feira
(31), as últimas contas da equipe de Temer chegavam a 287 votos a favor
da reforma, segundo deputados aliados. Os parlamentares, porém, dizem
que não viram melhora no clima da Câmara para aprovar a medida, mesmo
diante dos dados ecoados pelo Planalto.
Entre as dezenas de
perguntas feitas sobre a nova Previdência, o instituto questionava o
acesso que os entrevistados tiveram ao tema nos últimos meses e se isso
os fez mudar de ideia sobre o assunto. A resposta foi a seguinte: 87%
dizem não ter mudado de opinião e 57% afirmam ter "alguma preocupação"
em relação à proposta que pode ser votada na segunda quinzena de
fevereiro na Câmara.
O governo já desidratou bastante a proposta
inicial da reforma -enviada no fim de 2016 ao Congresso-, com o objetivo
de alcançar o patamar necessário para a sua aprovação, mas não descarta
novas flexibilizações.
O texto já foi alterado duas vezes e a
expectativa de economia com sua aprovação passou de cerca de R$ 800
bilhões em dez anos para aproximadamente R$ 500 bilhões no mesmo
período, considerando as alterações no INSS, de acordo com cálculos do
Ministério da Fazenda.
Entre os pontos alterados para tentar
conquistar apoio dos deputados estão a redução da idade mínima para
mulheres (de 65 anos para 62) e a diminuição do tempo de contribuição de
25 para 15 anos para os trabalhadores da iniciativa privada. Também foi
reduzido de 49 para 40 anos o tempo necessário para ter direito ao
valor máximo do benefício e foram retiradas as mudanças para os
trabalhadores rurais de economia familiar e para o benefício
assistencial pago a idosos pobres, o BPC (Benefício de Prestação
Continuada).
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