segunda-feira, abril 29, 2019

5,5 milhões usam apps de transporte como fonte de renda.

Após quase três décadas trabalhando como gerente de vendas de imóveis, Salomão Sousa, de 57 anos, se viu sem saída: com sua principal fonte de renda prejudicada pela recessão, as comissões, que em alguns meses passavam de R$ 80 mil, sumiram. “A crise chegou sem avisar”, diz.

Sem pensar duas vezes, ele guardou o diploma de Direito e se tornou motorista do Cabify há dois anos e meio. “Não foi planejado, mas passei a adorar o trabalho. Todos os dias, saio de casa com uma meta de corridas a cumprir. Comecei usando o carro da minha mulher e, hoje, ela também trabalha no app.”

As plataformas de mobilidade e de entrega de produtos, como Uber, 99, Cabify e iFood, têm 5,5 milhões de profissionais cadastrados, segundo o Instituto Locomotiva. Esse total inclui profissionais autônomos e os que têm emprego fixo, mas usam apps como complemento.

As plataformas permitiram que muitos afetados pela crise voltassem ao mercado, diz Carolinne Iglesias, da Cabify. “De forma geral, os motoristas são autônomos que, com o aplicativo, têm suporte e segurança.”

A relação entre motoristas e aplicativos, porém, já rendeu brigas na Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior. Em março, a Uber teve de pagar US$ 20 milhões a motoristas que moveram uma ação contra a empresa nos Estados Unidos. Os profissionais alegavam que eram empregados da companhia e não contratados independentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário