terça-feira, julho 29, 2025

EUA podem voltar atrás e isentar café, cacau e alguns recursos naturais de tarifas, diz Secretário do Comércio americano.

O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que produtos que não são produzidos internamente pelos EUA poderiam entrar no país com tarifa zero. Em entrevista à CNBC Internacional, Lutnick citou produtos como manga, café, cacau e alguns recursos naturais, sem, no entanto, mencionar o Brasil, principal fornecedor de café para os EUA, e que outros países poderiam se beneficiar com tais isenções.

— Os Estados Unidos não produzem esses produtos. Então, poderiam entrar com tarifa zero.

O café brasileiro mantém-se como o principal produto exportado para os EUA, representando cerca de 33% do consumo americano. Entre janeiro e maio deste ano, os EUA compraram 17% de todo o café brasileiro exportado. Já de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram enviadas aos Estados Unidos 3,3 milhões de sacas de janeiro a junho deste ano. Em 2024, o país exportou mais de 8 milhões de sacas de café para a maior economia do mundo, reforçando sua posição de liderança no setor.

Quanto ao cacau, segundo dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), entre 2020 e 2024, os EUA responderam, em média, por 18% do valor total exportado pelo Brasil de derivados do fruto. Em 2024, esse valor atingiu US$ 72,7 milhões, com um volume de 8,1 mil toneladas.

Segundo fontes, nas conversas que mantém com representantes de comércio dos EUA, o governo vai propor aos EUA a exclusão de alguns itens do tarifaço de 50%, como suco de laranja, café e Embraer.

A declaração do secretário americano foi feita no segundo dia de negociações comerciais entre EUA e China, que acontecem em Estocolmo. Segundo Lutnick, as conversas têm como foco a revisão de tarifas impostas anteriormente, que chegaram a 125% de ambas as partes.

Falando a repórteres em Estocolmo, o negociador comercial chinês Li Chenggang informou que China e EUA concordaram em estender a trégua tarifária. Ele no entanto, não forneceu detalhes sobre a extensão da medida.

Embora o pacto tenha reduzido o risco de uma guerra comercial que poderia causar um golpe severo na economia global, investidores e alguns líderes da União Europeia expressaram preocupações quanto aos termos do acordo e se ele trará estabilidade às relações transatlânticas.

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