terça-feira, julho 29, 2025

Puberdade aos 4 e menopausa aos 16: conheça o caso raríssimo de jovem do Maranhão.

A estudante Julia Micaelly Ribeiro Carvalho, 20 anos, de Pedreiras, Maranhão, tinha apenas 4 anos de idade quando percebeu que o seu corpo era diferente das meninas da sua idade. "Tinha um suor forte debaixo do braço, começou assim", lembra, em entrevista exclusiva à CRESCER. Pouco depois, reparou que começaram a crescer pelos nas axilas e na região íntima.

Os pais também repararam as mudanças no corpo da filha, mas, por falta de informação, acabaram não buscando ajuda. "Os sintomas não passavam, na verdade, só pioravam. Comecei a usar desodorante muito cedo por conta disso", lembra. O que eles não sabiam era que a filha estava entrando na puberdade precocemente.

Mesmo sendo pequena, Julia se lembra do incômodo de não ser igual às colegas. "Eu fazia natação na minha escola, então, eu via o quanto meu corpo era diferente do das outras meninas. Elas tinham um corpinho de criança, sem pelos. Eu sempre pensava: 'Por que eu tenho e elas não?' Eu era a única que não me trocava na frente das meninas por ter vergonha dos meus pelos e dos meus seios que já estavam se desenvolvendo. Eu ficava muito envergonhada do meu corpo ser diferente", recorda. 

Quando tinha 7 anos, uma das mães de uma colega conversou com a mãe de Julia, sugerindo que levasse a menina em um endocrinopediatra, médico que cuida dos hormônios das crianças. "A endócrino passou muitos exames, um de idade óssea, um ultrassom para ver a questão dos ovários e folículos... E olha só, eu estava a ponto de menstruar já com apenas 7 anos", afirma. "A médica também falou que a minha idade óssea era de 12 anos, meu osso já tinha esticado bastante, o que não era bom", acrescenta.  

Corrida contra o tempo.

A médica orientou que Julia começasse o tratamento para atrasar a puberdade precoce o mais rápido possível. "A gente foi atrás de conseguir a medicação pelo SUS. Foi uma corrida contra o tempo. Mas deu tudo certo por conta da urgência do meu caso, então foi tudo muito rápido e comecei o tratamento certinho com a medicação, que era por injeção", diz. 

Julia precisou fazer o tratamento até os 11 anos, quando, finalmente, não precisou mais adiar a puberdade e pôde menstruar. "Foram anos dessa chateação. Meu pai ficava pelejando, era ele que aplicava, porque era enfermeiro. Toda vez, eu chorava e eu falava que não queria", diz.  

Menopausa cirúrgica.

Aos 16 anos, Julia enfrentou outro desafio: entrou na menopausa precoce após retirar os ovários devido a um cisto hemorrágico. "Eu não tive sintomas. Geralmente, quando a mulher está com cisto no ovário, ela sente sintomas antes, principalmente esses que são hemorrágicos. A menstruação atrasa, ela sente dor na região pélvica, tem um sinal. Eu não tive nada. O cisto foi muito silencioso, não deu sinal nenhum, minha menstruação vinha todo mês, eu não sentia cólicas fortes... nada", diz.  

Ela nunca suspeitou do cisto até que, um dia, ele rompeu. "Foi muito agressivo. Quando rompeu, o ovário rompeu junto. Minha barriga estava lotada de sangue. Eu tive uma hemorragia interna muito intensa", recorda. Julia foi levada ao hospital às pressas e passou por uma cirurgia de emergência. Quando o cirurgião a abriu, viu que o ovário direito também estava comprometido e teria que ser retirado. "Quando ele encostou no ovário, ele rompeu. O esquerdo rompeu dentro de mim e o direito na mão do cirurgião", explica. Via G1.

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