terça-feira, outubro 30, 2012

Álcool capaz de matar é achado em 37% das bebidas em SP.

Em mais da metade de uma amostra de 65 bebidas coletadas com produtores, vendedores e consumidores das cidades de São Paulo e Diadema (SP) constatou-se a existência de substâncias nocivas à saúde humana. A presença de metanol - um álcool tóxico que pode até matar - foi detectada em 37% das cachaças, licores, vinhos, conhaques e uísques analisados. Em 11 bebidas, as concentrações de cobre estavam acima de 5 mg/l, limite estabelecido por lei.

O estudo, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid-Unifesp), faz parte de um levantamento internacional que abrange o consumo de álcool clandestino. Ambos os estudos são financiados pela International Center for Alcohol Policies (Icap), ONG americana vinculada à indústria da bebida. Os resultados serão divulgados nesta terça-feira, pela primeira vez no Brasil, durante conferência em São Paulo.

"A pesquisa, inédita, que durou dois anos, envolve países como Brasil, China, Índia, México e até o Sri Lanka", afirma o médico e professor da Unifesp Elisaldo Carlini, um dos coordenadores do levantamento do Cebrid.

A maioria das amostras das bebidas foi coletada em São Paulo (69%), especialmente com vendedores. Porcentagem ainda maior (81%) declarou que sabia que as bebidas vendidas eram ilegais. O restante da amostra é procedente de Diadema, cidade onde o Cebrid possui um núcleo de pesquisas.

Depois de passarem por quatro análises químicas - entre as bebidas, 65% eram cachaças artesanais e 10%, licores -, constatou-se que apenas 8 das 65 amostras eram registradas no Ministério da Agricultura e muitas apresentavam grande concentração de água e alto teor de acidez (pH maior que 5).

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