No relatório Economia em Perspectiva, divulgado ontem (30) pelo
Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega diz que a economia do
país está “sólida e, com os devidos ajustes, preparada para engatar um
novo ciclo de crescimento nos próximos anos”. O documento é um balanço
do governo sobre o cenário econômico nacional.
“Nestes anos de crise, o Brasil andou em sentido oposto ao da maioria
dos países avançados. Enquanto estes cortavam gastos públicos e
investimentos, foi feita uma política que manteve o crescimento do PIB
[Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços
produzidos em um país] positivo e a geração de emprego e renda”,
destaca Mantega, que no próximo governo Dilma será substituído por
Joaquim Levy.
Em 2014, em função de aumento de gastos e queda na arrecadação, o
governo não conseguirá cumprir a meta original de superávit primário
(economia para pagar os juros da dívida)
de R$ 80,7 bilhões. Por isso, houve redução da meta para R$ 10,1
bilhões. O crescimento também ficará aquém das previsões iniciais. A
estimativa atual de crescimento para o PIB do país este ano é 0,2%
No relatório, o Ministério da Fazenda atribui o baixo crescimento da
economia este ano a fatores como a crise econômica internacional, a Copa
do Mundo e o impacto da estiagem nos preços dos alimentos. A pasta
destacou que a elevação de juros para conter a pressão inflacionária
desacelera o crédito.
“De um lado, o país vem experimentando uma das mais severas secas da
história recente, com efeitos inflacionários sobre os preços dos
alimentos e energia. A autoridade monetária realizou ajustes na política
financeira, com elevação das taxas de juros, o que acabou por
contribuir para reduzir a velocidade de crescimento do
crédito doméstico. Ao mesmo tempo, houve uma piora nos índices de
confiança dos consumidores e empresários com a proximidade das eleições
presidenciais. A Copa do Mundo também afetou negativamente a atividade
econômica, ao reduzir o número de dias úteis”, diz o documento.
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