
(Foto reprodução/Google)
Os dados sobre agressões contra
lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transexuais e
transgêneros (LGBTs), tem sido assustadores. De acordo com números do
Grupo Gay da Bahia (GGB), somente este ano, 41 assassinatos contra os
homossexuais foram registrados no Brasil. Destes, quatro ocorreram na
Bahia, sendo uma travesti e três gays. Até o momento, nenhum projeto de
criminalização a homofobia tem sido debatido no Senado.
O caso mais recente foi registrado na
manhã de ontem, quando uma travesti, ainda sem identificação, foi
assassinado na Avenida Heitor Dias, com diversos tiros na região da
cabeça. O corpo foi encontrado pó volta das 5h30, próximo a uma loja de
automóveis, com diversas cápsulas de arma de fogo, calibre 380. De
acordo com relatos de trabalhadores do local, a travesti trabalhava
fazendo programas no local, o que leva a polícia a trabalhar com a linha
de investigação voltada para a vingança. O crime segue sob investigação
do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com Luiz Mott, professor de
antropólogo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fundador do GGB,
em todos os casos, os homossexuais foram vítimas de tiros, espancamentos
ou pauladas. “Dos quatro casos registrados na Bahia, tivemos como
vítima uma travesti e três gays. A travesti foi assassinada ontem, mas
tivemos três gays mortos, sendo um em Cruz das Almas, outro em Vitória
da Conquista e o terceiro em Salvador. Em todos os casos, as vítimas
morreram por tiros, pauladas ou espaçamento, o que confirma a urgência
da aprovação da lei de criminalização da homofobia”, disse, ressaltando
que existe uma “má vontade” por parte dos poderes executivos e
legislativos na luta pela causa LGBTs.
“Dos crimes ocorridos contra
homossexuais no mundo, 50% são registrados no Brasil. No ano passado,
tivemos 326 assassinatos, o que representa um homicídio a cada 27 horas.
Isso só prova o quanto existe uma má vontade e omissão do poder
executivo e do legislativo na criminalização da homofobia”, afirmou.
Ainda de acordo com Mott, quatro pontos
são fundamentais para acabar com os crimes contra homossexuais. “O
primeiro passo é criminalizar a homofobia. Segundo temos que ter ações
afirmativas que protegem 10% da nossa população que é constituída por
homossexuais e transexuais. Em terceiro lugar temos que ter educação
sexual em todos os níveis escolares e por fim que os gays denunciem,
sempre, que sofrerem qualquer tipo de ação homofóbica”, afirmou.
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