Em qualquer unidade de saúde de Natal é
possível ver um bom número de pessoas acometidas por doenças diarreicas.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) apontam que da primeira
semana de janeiro até o último sábado (13), 3.253 pessoas tiveram
diarreia aguda no Estado. O número é 20% maior que o mesmo período de
2015, que teve 2.600 casos registrados.
De acordo com a Subcoordenadoria de
Vigilância Epidemiológica do Estado (Suvige), ainda não se sabe o que
está causando diarreia na população, há possibilidade de o Estado estar
vivenciando um surto de gastroenterite viral, também conhecida como
virose da mosca.
Os sintomas da doença são diarreia,
náuseas, vômitos, dores abdominais, febre baixa e dores pelo corpo. A
transmissão acontece após uma pessoa ingerir alimentos ou líquidos
infectados com resíduos deixados por moscas. Os agentes transmissores
podem ser vírus ou bactérias.
Além do Rio Grande do Norte, há
suspeitas de que o Estado do Ceará também tenha o surto da doença.
Apesar de não ter nado comprovado, a Sesap vem mantendo contato com o
governo do Ceará e o Ministério da Saúde para buscar informações e
possíveis soluções quanto ao problema.
De acordo com a técnica de doenças de
transmissão hídrica e alimentar da Suvige, Zaira Santiago, além da
virose da mosca, a Sesap trabalha com outras duas hipóteses para os
casos de diarreia. A primeira é relacionada à água que, em muitas
regiões, devido ao período de seca, não apresenta a qualidade necessária
para o consumo humano. Já a segunda hipótese, é relacionada ao clima.
Por ser um período tradicionalmente mais quente que o normal, as
bactérias se proliferam mais facilmente e consequentemente as pessoas
ficam mais vulneráveis às doenças diarreicas.
“Infelizmente existe um grande número de
subnotificações. É preciso que os municípios nos encaminhem amostras
clínicas para fazermos os exames necessários para identificar o causa
das diarreias”, conta Zaira Santigo.
Enquanto municípios como Pau dos Ferros e
Parazinho já encaminharam amostras clínicas e da água para análise,
Natal não encaminha os dados completos referentes aos casos na cidade
desde o final de janeiro.
“Até o dia 31 de janeiro, Natal teve
1.655 casos de doenças diarreicas. Existem 68 unidades sentinelas na
cidade e nem a metade notificou a Sesap. E a situação não acontece
apenas em Natal. A subnotificação é um problema de todo o Rio Grande do
Norte”, lamentou.
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