Após ser mencionado em acordo de delação premiada de ex-dirigente da
Odebrecht, o assessor especial da Presidência José Yunes entregou nesta
quarta-feira (14) uma carta pedindo demissão do cargo, informou a
Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto.
Advogado, Yunes trabalhava diretamente com o presidente Michel Temer, de quem se diz amigo há mais de 50 anos.
Nos termos de confidencialidade – espécie de pré-delação que antecede a
assinatura do acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral
da República (PGR) –, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais do
Grupo Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou que a empreiteira entregou R$ 4 milhões no escritório de José Yunes, em São Paulo.
Ainda de acordo com o delator, o dinheiro era destinado ao atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Melo contou aos procuradores da República que o repasse era parte de R$
10 milhões solicitados por Temer ao então presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial
da Vice-Presidência.
Na carta entregue ao presidente da República, Yunes pediu afastamento
do cargo de assessor especial para, segundo ele, preservar sua
"dignidade" (leia ao final desta reportagem a íntegra da mensagem).
Em trecho da mensagem, ele ressaltou a Temer que, nos últimos dias, viu seu nome "jogado no lamaçal de uma abjeta delação".
"Repilo com força de minha indignação essa ignominiosa versão", afirmou Yunes na carta.Via G1.
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