O brasileiro se julga pouco preparado para enfrentar a morte. Apesar
disso, 79,5% concordam que a morte é um fenômeno tão natural quanto
crescer, e 81,2% que “a morte é a única certeza que temos”.
Levantamento feito pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios
Particulares do Brasil (Sincep) aponta que 68% dos entrevistados
concordam com a frase “eu sei que a morte virá, mas não me sinto pronto
para isso”.
Mesmo aceitando a naturalidade do fim da vida, o levantamento mostra
que 82,4% das pessoas a relacionam com um grande sofrimento e acreditam
que não há nada mais dolorido que a perda de uma pessoa. Segundo o
estudo, 75% dos entrevistados têm muito medo de perder alguém. Apenas
1,6% avaliaram não ter receio nenhum de que alguma pessoa próxima morra.
O levantamento entrevistou mil pessoas em todo o país.
Falar sobre a morte também não é muito presente no cotidiano dos
entrevistados: 73,7% deles admitem que o tema tem sido evitado nas
conversas. As pessoas com mais de 55 anos são as que mais falam sobre o
assunto: 32,5% deles dizem tratar do tema cotidianamente. A porcentagem
cai com a diminuição da faixa etária: de 45 a 55 anos, 29% falam sobre o
tema no dia a dia; de 35 a 44 (26%); de 25 a 34 (26,4%); e de 18 a 24
(21%).
Dentre aqueles que falam sobre a morte, 53% têm como interlocutores
os amigos; 43%, a mãe; 30%, o marido; 29%, o filho; 27%, a esposa; 27%,
colega de religião; e 24%, o pai. O levantamento aponta que 55,3% têm
ciência que conversar sobre a morte é importante, mas concordaram com a
afirmação de que “as pessoas geralmente não estão preparadas para
ouvir”.
O levantamento será apresentado na capital paulista na próxima semana
durante uma conferência internacional sobre a morte que reunirá
psicólogos, médicos e doulas de cuidados paliativos. A pesquisa aponta
que é cada vez menor o tempo que as pessoas passam em velórios e nos
rituais de celebração dos entes. Uma das conclusões é de que há uma
negação do luto entre os brasileiros.
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