sábado, maio 23, 2020

Reunião ministerial teve mais palavrões do que citações ao coronavírus.

O uso de palavrões pelo presidente Jair Bolsonaro e por parte de sua equipe ministerial não chega a chocar quem acompanha as notícias do Planalto, mas chama a atenção na transcrição da reunião ministerial de 22 de abril que há mais xingamentos do que menções a uma crise de saúde pública que, àquela altura, já havia matado quase 3 mil brasileiros.

Uma contagem dos palavrões e termos de baixo calão usados pelo presidente Bolsonaro e o conselho de ministros mostra que foram 37 vocábulos do tipo.

A maior parcela foi dita por Bolsonaro. ele citou sete vezes a palavra “bosta”; cinco o termo “merda”; quatro, “putaria”; duas, “puta que o pariu”; e “porra” e “cacete”, uma vez cada.
O uso dado pelo presidente aos termos predominou sobretudo em cobranças aos ministros, como por mais defesa do governo.

“Eu quero ter paz no Brasil, mais nada. Porque se for a esquerda, eu e uma porrada de vocês aqui têm que sair do Brasil, porque vão ser presos. E eu tenho certeza que vão me condenar por homofobia, oito anos por homofobia. Daí inventam um racismo, como inventaram agora pro [Abraham] Weintraub [ministro da Educação] Desculpa, desculpa o … o desabafo: puta que o pariu! O Weintraub pode ter falado a maior merda do mundo, mas racista? Vamos ter que reagir pessoal, é outra briga”, afirmou durante a reunião, referindo-se ao imbróglio diplomático criado pelo ministro com a China.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também usou o mesmo linguajar, só que com menos frequência. O chefe das finanças repetiu “foder” por três vezes e “porra” uma.

“Aquilo não atrapalha ninguém. Deixa cada um se foder. Ô Damares [Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos]. Damares, Damares,deixa cada um… Damares, Damares… O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô”, disse, ao defender expansão do turismo, e sendo quase explícito ao endossar turismo sexual.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, lançou voz por três vezes do termo “porra”. Usou, por exemplo, o termo “porra” ao reclamar de punições ao descumprimento do isolamento social. “O Luiz Lima, que nadou com meu pai, foi atleta olímpico, teve a esposa e a filha de 14 anos presa ontem, no camburão. Que porra é essa?”, questionou.

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