Danilo Barbosa da Silva se apresenta nesta terça-feira à seleção brasileira sub 15, que embarcará na quinta para a Copa América da categoria, na Venezuela, a ser disputada entre 17 e 26 de junho (o Brasil estreia no dia 18, contra a Colômbia). Ao contrário de muitos candidatos a astros com a camisa amarela, o meia do Vitória não sonha com a fama. Quer, é claro, ter uma condição melhor para ajudar a família, que vive em Simões Filho, cidade próxima a Salvador. Mas sente "um vazio". Desde 2004, quando tinha 8 anos, não vê seu pai.
A amargura com a ausência de José Cândido da Silva chega a atrapalhar alguns treinos, especialmente em datas próximas ao Dia dos Pais. "Nem sei direito aonde ele está, bebia demais, era alcoólatra, aí acabou se separando da minha mãe (Clarice de Amorim Barbosa) e nunca mais o vi. Não batia na gente, mas bebia muito. Vi meu pai uma semana depois da separação e nunca mais", contou Danilo, com voz tímida e claramente desconfortável com um assunto que o fere.
"Não é querer ficar famoso, queria meu pai, sinto falta. No Dia dos Pais, os colegas ligam para os seus pais... E parece que fica um vazio. Às vezes é ruim até para treinar. Fiquei mais chateado em 2009, já estava aqui no Vitória, na concentração. Era Dia dos Pais, fui para casa ficar com os meus irmãos. Não cheguei a chorar, mas fiquei triste
Morando em Salvador, o meia afirmou que é sua quarta convocação para a seleção. "Mas é a primeira competição agora na Copa América. As outras vezes foram só preparação, ficamos na Granja (Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio)". Ele poderá assinar o primeiro contrato profissional ao completar 16 anos, em fevereiro de 2012, e mostra gratidão à equipe baiana. A prioridade, porém, é clara: "Quero ficar no Vitória, estou feliz aqui, foi aonde surgiram as coisas boas da minha vida, mas se um dia vierem outras propostas a gente vê como fica. O meu sonho é o de quase todo jogador: poder ajudar a minha família".
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