terça-feira, abril 24, 2018

Brasil é campeão do principal torneio de robótica do mundo

O pódio, nos Estados Unidos, é verde e amarelo. Deu Brasil no primeiro e no terceiro lugar da maior competição de robótica do mundo, o World Festival, em Houston. A equipe Red Rabbit, formada por alunos do SESI de Americana (SP), conquistou o título de grande campeã, dentre 108 equipes de diversos países. “É um momento muito especial. A gente praticou muito para chegar neste resultado”, disse, em lágrimas, o estudante Mateus Duarte, 15 anos, celebrando o primeiro lugar geral.

Para o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól, a conquista coloca a instituição como referência mundial no ensino da robótica educacional. “Os campeões mundiais de robótica são do SESI. E claro, isso é resultado de um trabalho árduo de alunos, pais, professores e instrutores, que se dedicam incansavelmente a cada temporada”, diz.

A disputa, no estado do Texas, é considerada a Copa do Mundo da robótica. A premiação foi realizada neste sábado (21). “É algo que a gente nem imaginava. Mas essa vitória veio do trabalho em equipe e da nossa união”, comemorou outro integrante da Red Rabbit, Luigi Fagundes, 12 anos.

Para o técnico do time, Denis Santana, a atual temporada foi a mais difícil que já participou. “A gente não desanimou em momento algum e conseguimos este resultado”.

A supremacia do SESI ficou ainda mais evidente com a conquista também do terceiro lugar geral, com as meninas da equipe Jedi’s, do SESI de Jundiaí (SP). Foi um fim de tarde emocionante no World Festival. Para o técnico da equipe, Clayton Júnior, a conquista é reflexo de muito trabalho e dedicação durante a temporada.

“É muito gratificante. As meninas foram extremamente dedicadas  e se doaram muito. Agora vamos descansar uns dias e já começar a planejar a próxima temporada”, afirma. Uma curiosidade é que a equipe Jedi’s é formado apenas por meninas. O técnico explicou que isso não é regra, foi apenas uma coincidência que, nesta temporada, apenas elas fossem aprovadas no processo seletivo do time.

A Jedi’s, de Jundiaí (SP), que ficou em terceiro agora em Houston, havia ficado em segundo lugar na etapa brasileira. A Red Rabbits, agora campeã do mundo, foi uma das dez classificadas para participar de torneios internacionais após o ótimo desempenho no Paraná.

Criado em 1998 pela FIRST – uma organização não governamental – em parceria com o Grupo LEGO, a competição propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia LEGO Mindstorm. No Brasil, desde 2013, o SESI é a instituição responsável pela organização do torneio (etapas regionais e nacional). Mais de 17 mil alunos brasileiros já participaram da disputa.

AS TAREFAS – Em cada torneio, os estudantes precisam realizar quatro tarefas. Uma delas é o Desafio do Robô, quando os estudantes colocam os robôs de Lego para cumprir determinadas missões. Para realizar as tarefas, o robô pode capturar, transportar, ativar ou entregar objetos na mesa de competição. Tudo de forma lúdica, simulando situações reais.

Na temporada atual, por exemplo, com o tema água, os robôs tiveram de fazer coisas como remover um cano quebrado, virar tampas de bueiro e mover bombas de água. As equipes têm direito a três rounds, de 2 minutos e 30 segundos cada, para execução.

Os robôs, projetados e construídos pelos próprios alunos, também são avaliados na categoria Design do Robô. Os times podem utilizar sensores de movimento, cor, toque, controladores e motores. Os juízes levam tudo isso em consideração, além da estratégia e programação.

Conta pontos ainda o Projeto de Pesquisa com uma solução inovadora sobre o uso da água. Pode ser, por exemplo, na produção de alimentos ou na geração de energia. A solução deve ser compartilhada com os outros competidores e será avaliada pelos juízes. Por fim, na categoria Core Values, os estudantes precisam mostrar que sabem trabalhar em equipe.

QUEM PODE PARTICIPAR? – A competição é voltada para estudantes de 9 a 16 anos, de escolas públicas ou particulares. Grupos de amigos também podem montar seus times, são as chamadas equipes de “garagem”. O SESI recomenda o número mínimo de 4 competidores, além de dois treinadores adultos. Primeiro as equipes se inscrevem para a fase regional. Os melhores times desta etapa, garantem vaga na disputa nacional. A próxima temporada será lançada em agosto deste ano.

ROBÓTICA EM SALA DE AULA – O SESI adota a robótica educacional em sala de aula desde 2006. Atualmente, todas as 459 escolas do SESI que atuam com ensino fundamental e médio do país ofertam a robótica. São quase 190 mil alunos.

SAIBA MAIS – Acompanhe a cobertura completa da participação brasileira no World Festival na Agência CNI de Notícias e no perfil do Torneio de Robótica no Facebook e Instagram.

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