Uma crise política envolvendo a ata de um acordo entre o Brasil e o
Paraguai, voltado para a compra de energia elétrica produzida pela Usina
de Itaipu, resultou na renúncia do chanceler Luis Castiglioni e do
embaixador paraguaio no Brasil Hugo Caballero. A queda foi motivada pela
negociação da ata de um acordo bilateral referente ao cronograma de
compra de energia elétrica da Itaipu, que pertence aos dois países.
A polêmica envolvendo a ata do acordo, aprovada em maio, também
causou as demissões do presidente da Administração Nacional de
Eletricidade (Ande), Alcides Jiménez, e do diretor paraguaio de Itaipú,
Alberto Alderete. As demissões foram anunciadas hoje (29) pelo porta-voz
da presidência do Paraguai, Hernán Hutteman, que disse terem sido
aceitas pelo presidente Mario Abdo Benítez.
Pesou nas demissões a acusação de que a ata do acordo havia sido
debatida e aprovada sem a devida transparência. Autoridades e
congressistas afirmaram que o acordo negociado seria prejudicial ao país
vizinho e que poderia causar um prejuízo de até US$ 300 milhões.
Nesta segunda-feira, o Congresso paraguaio aprovou um projeto para
anular os termos da ata. O texto diz que o governo deve encarar toda
negociação "com o Brasil sobre Itaipu na base da transparência, em
particular da plena soberania hidrelétrica". O projeto diz ainda que as
negociações devem ocorrer com a ampla participação dos poderes do
Estado.
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