No ano em que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse preferir morrer a cumprir pena em presídios brasileiros, o sistema bateu um recorde de inchaço. Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado à pasta da Justiça, mostram que foram encarceradas 34.995 pessoas no Brasil no primeiro semestre de 2012, dado mais recente das estatísticas. É o dobro de novos presos registrados no mesmo período do ano anterior (17.551). Para piorar a situação, no mesmo tempo em que chegaram quase 35 mil detentos, foram criadas apenas 2.577 vagas.
Com o incremento de presos fora de qualquer padrão já verificado, o déficit nas “masmorras medievais”, expressão usada pelo ministro, beira a 42% do total. Nem o aumento expressivo da população carcerária nem a repercussão das declarações de Cardozo fizeram com que os recursos do Ministério da Justiça destinados às prisões brasileiras fossem aplicados de forma integral e ágil. A oito dias de terminar o ano, somente 20% dos R$ 435,2 milhões autorizados para o setor foram pagos (já contabilizados recursos de anos anteriores repassados somente em 2012), de acordo com dados do Siga Brasil.
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