Juro que não entendo os gays deste país. Ou mesmo os gays das redes
sociais. Como é que pode – em tempos de árdua luta contra a homofobia –
termos em nossa timeline do Facebook colegas homossexuais tirando onda
das recentes fotos de Ronald, filho mais velho do ex-jogador Ronaldo
Fenômeno?
Tudo porque o rapaz, hoje com 13 anos, está com um look mais moderno?
Passando férias em Ibiza junto com a família em Ibiza, na Espanha,
Ronald passeava pelo aeroporto com cabelos alisados e luzes, na
companhia de um amigo. Para completar, carregava a mochila rosa da irmã
menor. Isso, meus caros leitores, foi o bastante para uma enxurrada de
brincadeiras sem graça do tipo: “ah, o visual é igual ao de Maria Gadú”,
“esse amigo é muito suspeito” ou “o Ronald está confundindo mulher com
travesti assim como o pai”.
Afinal, o que nos dá o direito de julgar alguém por sua aparência? E
que gays são esses enraizados numa sociedade machista que consideram
homossexual qualquer homem que se vista de maneira mais estilosa, alise o
cabelo ou viaje acompanhado de um amigo??
O maior vilão é o preconceito dentro da própria
comunidade gay! Isso acontece quando desqualificam um gay “por ser
feminino demais” ou uma lésbica “macho demais”. Quando ainda se chocam
na rua ao ver um casal homo dando um selinho. Ou mesmo quando participam
de manifestações contra a #CuraGay e carregam faixas do tipo: “Marco
Feliciano é passiva”.
Volto a repetir: A sociedade NUNCA vai encarar a homossexualidade
como “algo normal” se a própria comunidade LGBT não tratá-la como tal. O
que faz do gay machão superior a uma “pintosinha”? Ou passivos
inferiores aos ativos? E por que encarar a palavra “gay” como
xingamento?
Voltando à história de Ronald… O pai, Ronaldo, não gostou dos
comentários maldosos (com toda razão) postados nas redes sociais e
soltou os cachorros, avisando que ia processar todo mundo. Essa atitude
do ex-jogador, de tentar proteger o filho, deve servir como mais um
exemplo da urgência de se aprovar uma lei que criminalize a homofobia!
Se Ronald é gay ou não, isso é um problema dele. Se ele deve “sair do
armário” ou não também é entre ele e sua família. Talvez, esteja na
hora de respeitar o espaço e o tempo de cada um. Que tal pensar um pouco
antes de soltar piadinhas na web? Homofobia não se combate questionando
a sexualidade das pessoas…
Exatamento como penso!
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