Em um dos protestos mais violentos desde junho, a Polícia Militar
baleou anteontem um manifestante, que foi internado em estado crítico. A
tensão gerada pela onda de manifestações pelo Brasil, com atos de
depredação e forte repressão por parte da polícia, fez a presidente
Dilma Rousseff (PT) tomar, ontem, a decisão de se reunir com sua equipe
para traçar estratégia para evitar que as ações cresçam e atinjam o
ápice durante a Copa do Mundo.
O tema será tratado com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça),
Celso Amorim (Defesa) e Aldo Rebelo (Esportes). De acordo com informação
de auxiliares da presidente, ainda em Lisboa, onde desceu de surpresa e
pernoitou antes de seguir para Havana, Dilma foi informada de que os
protestos contra a Copa feitos no sábado foram violentos, com pessoas
feridas, depredações e ondas de vandalismo. A presidente, então,
convocou a reunião para a volta ao Brasil.
Cardozo está de férias. De acordo com sua assessoria, ele deve retornar
ao trabalho amanhã. E já encontrará uma série de demandas envolvendo a
segurança da Copa, maneiras de evitar que os tumultos se espalhem pelo
país e formas de conter a ação violenta contra as manifestações por
parte das polícias estaduais. O governo avalia que a radicalização das
ruas, em junho, teve como origem a forte repressão feita pela Polícia
Militar de São Paulo aos jovens que protestavam contra o aumento da
passagem de ônibus.

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