terça-feira, fevereiro 04, 2014

Venda de veículos bate recorde em janeiro, mas indústria prevê ano difícil.

Com promoções e uma certa corrida às lojas para aproveitar os estoques de carros sem a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde o início do ano, a indústria automobilística registrou no mês passado o melhor janeiro de sua história. Foram vendidos 300,1 mil automóveis e comerciais leves, 1% a mais que no mesmo mês de 2013, até então recorde para o setor. Em relação a dezembro, contudo, houve queda de 10,7%.Somando caminhões e ônibus, as vendas totalizaram 312,6 mil unidades, apenas 0,4% acima do resultado de um ano atrás, e 11,6% abaixo no comparativo com dezembro, tradicionalmente forte para o setor.

O fato de começar o ano com discreta alta nos negócios, contudo, não deve ser tendência daqui para a frente. “Este ano vai ser muito difícil”, prevê o diretor da Ford, Rogelio Golfarb.

Além dos problemas macroeconômicos, como crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB) e crédito caro, o ano terá jogos da Copa e eleições, dois fatores que podem influenciar nos negócios, afirma o executivo.

Indústria e revendedores reconhecem que o desempenho de janeiro é decorrente da oferta de estoques com IPI menor. No fim de dezembro, só as revendas tinham em seus pátios 289,4 mil veículos que foram faturados no fim do ano com o desconto do IPI, que estava em vigor desde maio de 2012. Segundo as montadoras, atualmente há poucos carros com IPI antigo nas lojas.

“Tradicionalmente, o primeiro mês do ano costuma ser um período mais fraco para vendas de automóveis. Porém, os estoques contavam com veículos ainda com desconto no IPI, e esse foi o fator relevante para o crescimento”, diz Flavio Meneghetti, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O ano de 2013 encerrou com queda de 0,9% nas vendas em relação ao anterior, o primeiro resultado negativo em dez anos. Para 2014, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta aumento de apenas 1,1%, para 3,8 milhões de unidades.

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