A presidenta Dilma Rousseff ganhou o direito de resposta na Justiça
Cível de Brasília, em ação movida pela Advocacia-Geral da União, contra a
revista IstoÉ, semanal publicada pela Editora Três. Trata-se da primeira vitória da presidenta Dilma contra IstoÉ que,
em 1º de abril deste ano, deu capa para a reportagem “Uma presidente
fora de si”, assinada por Débora Bergamasco e Sérgio Pardellas. A
Justiça condenou IstoÉ em processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
A revista ainda publicou, na mesma edição, o editorial “Hora da xepa
no Planalto”, em que consta que a presidenta teria transformado o
Planalto “numa casa de tolerância”, e que “a mandatária já havia
transferido informalmente suas funções ao padrinho investigado Lula”. A
revista terá de conceder o mesmo destaque, espaço, diagramação e
publicidade, conforme o dispositivo da Lei 13.188/15.
“Sem prejuízo do direito inalienável à opinião e à crítica, quando a
imprensa divulga, em seu espaço destinado a notícias, informações
fidedignas e previamente verificadas, presta um serviço fundamental à
democracia e à cidadania. No entanto, quando distorce ou inventa fatos e
ofende pessoalmente aqueles que acusa, incorre em crime contra a honra
e, no limite, contra o Estado Democrático de Direito”, afirma a
presidenta Dilma Rousseff.
“É o que julgo ter acontecido com a ‘reportagem’ veiculada pela
revista IstoÉ, em sua edição que veio a público no dia 1º de abril de
2016. Utilizo aspas na palavra reportagem porque entendo que aquilo que
foi publicado é menos do que isso. O texto, a edição e a escolha das
fotos revelam uma estória falsa, eivada de agressões misóginas e
machistas”, critica a presidenta.
“A ‘reportagem’ de capa desta revista me ofende, sem dúvida, por me
atribuir comportamento que não condiz com minha atitude pessoal e meu
temperamento. Insulta a figura institucional da Presidência da
República. Estende a agressão a todas as mulheres brasileiras,
guerreiras que, no seu dia a dia, enfrentam duras batalhas, muitas vezes
em jornadas de trabalho duplicadas pela necessidade de cuidar da
família e dos filhos, em busca de sua autonomia e de seu justo espaço na
sociedade”, afirma Dilma Rousseff.
A juíza Tatiana Dias da Silva, da 18ª Vara Cível de Brasília, deu
ganho de causa à presidenta Dilma Rousseff, reconhecendo o direito de
resposta que a revista será obrigada a conceder. “O direito de resposta
é garantido constitucionalmente no art. 5º, V: ‘é assegurado o direito
de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem’”, destaca a juíza.
Na sentença, a juíza Tatiana Dias da Silva destaca que embora o alvo de IstoÉ
seja a presidenta da República, isso “não autoriza qualquer meio de
comunicação a divulgar deliberadamente quaisquer informações
escondendo-se sob o manto do direito de informação, uma vez que tal
direito tem que ser guiado pela veracidade do conteúdo publicado”.
Segundo a juíza, “o direito de resposta é pautado tanto pela ampla
defesa quanto pelo direito público à informação verídica”.
Os advogados da presidenta pretendem mover outras ações contra a revista IstoÉ,
por novas publicações consideradas ofensivas contra a honra de Dilma e
da família Rousseff, que foram alvo de duas outras reportagens
publicadas em julho sobre supostas mordomias. Segundo a revista, a
família de Dilma Rousseff teria recebido ilegalmente segurança e carros,
no que consistira um abuso.
Na realidade, o dispositivo de segurança extensivo à família da
presidenta e do vice-presidente da República é uma exigência da lei. Por
conta dessas duas últimas reportagens, IstoÉ será processada cível e criminalmente por ofensa, infâmia e calúnia, infâmia, ofensa e calúnia.
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