Em meio à onda populista que se alastra
pela Europa e pelos Estados Unidos, o papa Francisco afirmou que um dos
grandes perigos da atualidade é procurar “salvadores”, assim como
ocorreu com Adolf Hitler na década de 30. A informação é da Agência
Ansa.
A declaração foi dada durante
longa entrevista ao jornal espanhol El País e provocou reações imediatas
na Itália. Perguntado sobre a ausência de lideranças sólidas em função
da crise e do aumento da desigualdade, o pontífice disse que o exemplo
mais típico do populismo europeu é a Alemanha.
“Destroçada,
a Alemanha busca se levantar, busca sua identidade, busca um líder,
alguém que devolva sua identidade, e há um rapazinho que se chama Adolf
Hitler e diz: ‘eu posso, eu posso’. E a Alemanha inteira vota em Hitler.
Hitler não roubou o poder, foi votado por seu povo e depois destruiu
seu povo. Esse é o perigo. Em momentos de crise, o discernimento não
funciona”, declarou.
O papa
acrescentou que a sociedade busca um “salvador” que a defenda com
“muros, alambrados, com o que seja, de outros povos” que possam “tirar
sua identidade”. “Isso é muito grave. Por isso sempre digo: dialoguem
entre vocês. O caso da Alemanha em 1933 é típico: um povo que estava em
crise, que buscou sua identidade, e apareceu esse líder carismático que
prometeu lhes dar uma identidade. E sabemos o que aconteceu”, lembrou
Francisco.
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