quinta-feira, outubro 19, 2017

Ato na Uerj marca lançamento de frente em defesa do ensino superior público.

Professores, estudantes e representantes de movimentos sociais e de centrais sindicais realizaram hoje (19), no Rio de Janeiro, um ato em defesa das universidades públicas do país. Eles criticaram a falta de repasse de verbas para as instituições e o atraso de salários. A manifestação ocorreu no campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Na ocasião, foi lançada a Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas do Ensino Superior, composta por diversas entidades como o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação da Universidades Brasileiras (Fasubra) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

"É uma iniciativa que surgiu em decorrência dos ataques que as universidade públicas estão sofrendo em todo o país. Inicialmente, iríamos focar na defesa das universidades estaduais, mas avaliamos que a situação preocupa todo o ensino superior. Vivemos um contexto de pagamentos atrasados, promoções e progressões congeladas, aumento da alíquota da contribuição previdenciária e imposição de carreiras prejudiciais aos servidores", disse Eblin Farage, docente da Universidade Federal Fluminense (UFF) e presidente do Andes.

Para o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, deixa uma dúvida se em cinco ou sete anos haverá orçamento para manter as universidades. "Um país sem universidade pública fica desguarnecido em sua alma criadora. O que está acontecendo nas universidade estaduais do Rio de Janeiro é algo que deveria fazer todo o país refletir. São instituições com os trabalhos inviabilizados por falta de pagamento de salários e de contratos e, sobretudo, por falta de políticas que indiquem um futuro". Leher esteve presente no lançamento da frente representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

O campus da Uerj foi escolhido como local do ato devido à situação preocupante da instituição. Docentes deflagraram greve por tempo indeterminado no dia 3 de outubro e alegam que estão novamente com três meses de salários atrasados. O décimo terceiro salário de 2016 também não foi pago e há pendências nas bolsas de pesquisas de mestrandos e doutorandos. A situação já havia motivado uma paralisação em agosto.

De acordo com Guilherme Vargues, professor da Uerj e diretor da Associação dos Docentes da UERJ (Asduerj), esta é a maior crise da história da instituição. "Os docentes queriam estar na sala de aula com seus alunos, mas infelizmente temos esse cenário lamentável e estamos aqui nos mobilizando. O prejuízo é para toda a sociedade que usufrua da Uerj seja como docente, como aluno, como público dos projetos de pesquisa e extensão produzidos aqui."

"Estão tentando jogar a população contra os professores, dizendo que nossa remuneração é alta e pagando somente os menores salários. Mas a gente sabe que os salários altos estão nos cargos comissionados do governo e estes estão rigorosamente em dia. Salários de R$ 30 mil, de R$50 mil", destacou.

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