sexta-feira, outubro 26, 2018

Liga está sem medicação para tratamento do Câncer de Mama.

Mais de 100 pacientes com câncer de mama, atendidas pela Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, estão sem usar o Trastuzumabe (Herceptin é o nome comercial), droga extremamente benéfica no tratamento de quimioterapia. A medicação, repassada pela  Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), deixou de ser enviada há cerca de duas semanas pelo Ministério da Saúde que não explicou as razões exatas da suspensão.

O oncologista clínico e superintendente da Liga, Roberto Sales,  conta que o Herceptin é usado para tratamento do câncer de mama em todos os estágios, de forma isolada ou associada à quimioterapia. “É extremamente útil e benéfica para a paciente que tem uma proteína chamada HER2 positiva (HER+) nas células do tumor porque responde muito bem ao tratamento. No mundo, 30% das pacientes têm essa proteína presente”, explica.

Para quem não tem este remédio disponível, precisa desembolsar cerca de R$ 7 mil para a compra de um frasco que pode render para até duas pessoas. “A Unicat manda mensalmente as doses na quantidade solicitada por nós de acordo com a quantidade de pacientes. Temos 103 pacientes que precisam dessa droga. Todas estão sem a medicação. Estão sendo prejudicadas e não se pode nem precisar o nível do prejuízo para cada uma porque depende de cada caso, mas é muito preocupante”, relata Roberto Sales.

O superintendente da Liga diz que apenas dois laboratórios no país produzem a medicação que está em falta e que a previsão da Secretaria Estadual de Saúde é de que nova compra seja feita no dia 30 de novembro, mas deve levar mais tempo para que chegue ao Estado para que a Unicat faça o repasse. “O prejuízo é geral, tanto para os pacientes como para a União, porque quando reinicia o tratamento o paciente tem que tomar a dose dobrada e depois é que volta para a dose normal, ou seja, o paciente é submetido a mais medicação que vai custar mais caro ao governo”, avalia.

Em nota ao portalnoar.com, o Ministério da Saúde informou que, “em cumprimento ao acórdão publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), suspendeu a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para a produção e fornecimento do medicamento trastuzumabe ao Sistema Único de Saúde”. A nota não explica as razões da suspensão mas garante que, “para evitar o desabastecimento na rede pública, o TCU decidiu que a pasta adquira mais 161 mil frascos-ampolas do medicamento considerando o valor da última aquisição pelo Governo Federal, até a reformulação da PDP. O Ministério já deu início ao processo de compra emergencial do medicamento para regularizar os envios aos estados”, contudo, não informou sobre prazo para que a situação seja regularizada.

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