quarta-feira, outubro 30, 2013

Revista italiana diz que EUA fizeram escutas do papa; Vaticano desconhece.

Uma revista italiana informou nesta quarta-feira que uma agência de espionagem dos Estados Unidos escutou telefonemas do Vaticano, incluindo possivelmente quando o sucessor do ex-papa Bento 16 estava em discussão, mas a Santa Sé disse que não tinha conhecimento de qualquer atividade.

A revista Panorama afirmou que entre os 46 milhões de telefonemas acompanhados pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA na Itália, de 10 de dezembro de 2012 a 08 de janeiro de 2013, estavam conversas de e para o Vaticano.

Em um comunicado à imprensa antes da publicação completa na quinta-feira, a Panorama afirmou que a "NSA grampeou o papa". A publicação não citou nenhuma fonte de suas informações.

Questionado sobre a reportagem, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse: "Nós não temos conhecimento de nada sobre esta questão e, em todo caso, não temos preocupação com isso."

Reportagens com base em revelações de Edward Snowden, ex-agente de inteligência dos EUA considerado fugitivo em seu país natal e que recebeu asilo na Rússia, disseram que a NSA espionou cidadãos franceses no mesmo período.

Na semana passada, o governo alemão pareceu ter confirmado que o telefone celular da chanceler Angela Merkel foi monitorado por espiões norte-americanos. A questão também tem causado problemas de Washington com Brasil e China.

A Panorama disse que os telefonemas gravados do Vaticano foram catalogados pela NSA em quatro categorias: intenções de liderança, ameaças ao sistema financeiro, objetivos da política externa e direitos humanos.

Bento 16 renunciou em 28 de fevereiro e seu sucessor, o papa Francisco, foi eleito em 13 de março.

"Teme-se" que as chamadas telefônicas tenham sido ouvidas até o início do conclave que elegeu Francisco, o ex-cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, segundo a revista Panorama.

A revista informou que também havia a suspeita de que a residência de Roma, onde alguns cardeais viveram antes do conclave, incluindo o futuro papa, foi monitorada.

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