Foto meramente ilustrativa
A cirurgia bariátrica pode alterar a
atividade do cérebro e prevenir doenças como o Alzheimer, de acordo com
um estudo brasileiro publicado nesta terça-feira no periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM).
Essa descoberta pode diminuir a incidência do Alzheimer em obesos,
estatisticamente 35% mais propensos à enfermidade do que pessoas com
peso normal.
No estudo, 17 mulheres obesas foram
submetidas a uma tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em
inglês) e a testes neuropsicológicos para examinar a atividade do
cérebro antes da cirurgia para redução de estômago e seis meses depois
da operação. Para comparação, os mesmos passos foram repetidos em
dezesseis mulheres de peso normal e não operadas.
De acordo com os pesquisadores, a
obesidade altera a atividade em uma área do cérebro chamada giro
cingulado posterior, ligada ao desenvolvimento do Alzheimer. A
tomografia mostrou que a cirurgia bariátrica reverteu essa alteração nas
voluntárias. Por esse motivo, os autores concluíram que a operação pode
ajudar a reduzir o risco do Alzheimer e de outras formas de demência.
No teste neuropsicológico, que media a
habilidade do cérebro de conectar experiências passadas com ações no
presente, as participantes também tiveram um melhor desempenho depois da
operação. Essa função, chamada de executiva, é usada para planejar,
organizar e produzir estratégias — mas não tem relação com o
desenvolvimento do Alzheimer.
“Uma ampla literatura estabelece a
obesidade como importante fator de risco do Alzheimer”, diz a
endocrinologista Cintia Cercato, coautora do estudo e pesquisadora da
Universidade de São Paulo (USP). “Nossos resultados sugerem que o
cérebro é mais um órgão que se beneficia da perda de peso induzida pela
cirurgia.”
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